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21/06/2016

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Novo protocolo deve ser criado para identificar bebês com problemas relacionados à zika

21062016_microcefalia_GovBrasilO novo objetivo do Brasil é identificar bebês que não nasceram com microcefalia, mas que têm problemas relacionados ao vírus zika. Assim, será possível fornecer assistência a todas as crianças afetadas, segundo o diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage Carmo. Dados mostram que 13% a 19% das crianças examinadas apresentam resultado de falso negativo, ou seja, não apresentam perímetro da cabeça menor que padrão porém desenvolvem outras consequências atribuídas à síndrome congênita associada à infecção pelo vírus zika.
 
Uma das necessidades é a atualização do sistema de notificação de bebês que podem ter sido afetados pelo vírus. Assim, as crianças tidas inicialmente como não fiquem sem assistência caso, no futuro, apresentem outros problemas que a comunidade científica aponta serem relacionados ao zika como deficiência auditiva ou visual, além de crises convulsivas.
 
“A grande questão, que está sendo discutida não só no Brasil, mas com a própria Organização Pan-Americana da Saúde, é como caracterizar esses quadros que venham a ser classificados como uma síndrome neurológica associada à infecção por zika”, disse Hage, acrescentando que muitas malformações neurológicas e sintomas clínicos associados ao zika também têm relação com outras doenças.
 
Novos desafios
Para definir um padrão quais malformações e sintomas constituem a síndrome associada ao zika, serão reunidos especialistas nacionais e internacionais para definir e categorizar a síndrome. A data do encontro ainda não está definida, mas a previsão é que ocorra em meados de julho, em Brasília.
 
Em Pernambuco, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, cerca de 20% dos bebês de mães que tiveram zika não têm microcefalia, entretanto, apresentaram alguma alteração no sistema nervoso central. Para driblar o desafio mencionado pelo Ministério da Saúde e garantir diagnósticos amplos, o estado optou por incluir, no Protocolo Clínico e Epidemiológico da Síndrome do Zika Congênito, que vai ser lançado em 15 dias, a notificação de casos a partir de sintomas clínicos, comuns nesses bebês.
 
Os sintomas são: quadros convulsivos, irritabilidade, desproporção crânio-encefálica, dificuldade cognitiva ou motora (relacionada ao aprendizado ou ao movimento), alterações nas articulações e as malformações relacionadas ao sistema nervoso central (não identificadas por imagem) e problemas auditivos ou visuais.
 
A investigação vai ser retrospectiva, abrangerá bebês nascidos antes do novo protocolo entrar em vigor. Para isso serão investigadas as mulheres que apresentam manchas vermelhas na pele durante a gestação. A recomendação é que as mães fiquem atentas aos sintomas nos primeiros cinco anos dos filhos. Caso a criança apresente algum desses sintomas, a mãe deve procurar o Sistema Único de Saúde (SUS).
 
Da Agência CNM, com informação da Agência Brasil

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