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12/05/2020
No Dia do Enfermeiro, CNM lembra pioneiras e agradece mais de 215 mil profissionais do SUS
Pioneiras na enfermagem, a inglesa Florence Nightingale e a brasileira Anna Justina Ferreira Nery tinham em comum o cenário de guerra e a precariedade sanitária e estrutural do século XIX. Era agosto de 1865 e o Brasil estava em guerra com o Paraguai. Depois de solicitar ao conselheiro Manuel Pinho de Sousa Dantas autorização para acompanhar os filhos nos combates, Anna Nery iniciou sua trajetória como enfermeira.
Junto ao décimo batalhão de voluntários, ficava nos hospitais militares e na frente de operações. Mesmo tendo perdido um dos filhos no conflito, se entregou à assistência às vítimas. Com o êxito de seus serviços, recebeu várias homenagens no país, sendo a primeira mulher a entrar para o Livro dos Heróis e das Heroínas da Pátria. Teve ainda um selo comemorativo, lançado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, e recebeu do Governo Imperial a Medalha Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de primeira classe.
Poucos anos antes, em 1853, foi o trabalho de Florence Nightingale - considerada a fundadora da enfermagem moderna - que ganhou destaque na Guerra da Crimeia. Em razão do seu aniversário, o Conselho Internacional dos Enfermeiros instituiu o 12 de maio como Dia Internacional do Enfermeiro. Anna e Florence são exemplos que, diante das dificuldades e das incertezas da guerra, tiveram como único recurso para vislumbrar dias melhores o cuidado ao próximo.
Desafio atual
No cenário de pandemia do novo coronavírus, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) lembra as duas trajetórias e destaca que, em âmbito local, os brasileiros se deparam, diariamente, com profissionais dedicados, que lutam e se abdicam das famílias para salvar vidas. A Organização Mundial da Saúde definiu 2020 como o Ano Internacional da Enfermagem, e a entidade municipalista parabeniza todas as enfermeiras e os enfermeiros que atuam na linha de frente.
Em nome dos gestores locais e da população brasileira, agradece pela dedicação àqueles que procuram assistência e cuidados com a saúde, mas acabam recebendo muito mais. Segundo dados do Ministério da Saúde de março deste ano, o Sistema Único de Saúde (SUS) contava com mais de 180 mil enfermeiros. Com os 34 mil da rede privada, somam mais de 215 mil profissionais - número que está aumentando com as novas contratações para reforçar o enfrentamento à Covid-19. No Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), são mais de 2 milhões de profissionais registrados, incluindo auxiliares, técnicos e obstetrizes.
E, como as dificuldades nas unidades de saúde se multiplicam junto com o número de casos suspeitos e confirmados da doença, a Confederação explica que, por meio da área técnica de Saúde, acompanha a articulação dos Entes locais com o governo federal e os Estados para aquisição e distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Os itens são indispensáveis para garantir a segurança das equipes.
Vale lembrar que enfermeiros atuam integrados a outros profissionais na prevenção, na promoção, na proteção e no tratamento. Podem trabalhar com saúde coletiva, saúde da criança e do adolescente, saúde do adulto, que inclui saúde do homem e saúde da mulher, saúde do idoso, urgências e emergências. Além de gestão, ensino e pesquisa.
Foto: Artur Tumasjan/Unsplash