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23/11/2015
No Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todo ano, diz Unicamp
No Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todo ano. Mais de 12% dos nascimentos no país ocorrem antes da gestação completar 37 semanas – parto considerado prematuro. A informação é de uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Um prematuro precisa de cuidados especiais, geralmente em Unidades de Terapia Intensiva, o que aumenta em três vezes o risco de morte e sequelas futuras para sua vida adulta. Por isso, a Unicamp quer avaliar a eficácia de um novo tratamento para prevenir o parto prematuro.
Os pesquisadores da instituição avaliam se a associação entre o tratamento com hormônios e um anel de silicone reduz as chances de parto prematuro entre as mulheres que tenham encurtamento do colo do útero.
Causas do parto prematuro
Segundo o professor responsável pela pesquisa, Rodolfo de Carvalho Pacagnella, uma das principais causas do parto prematuro espontâneo (quando não há problemas com a mãe ou o bebê), é o encurtamento do colo do útero.
Normalmente, quando isso é detectado, por meio de ultrassom, a gestante é submetida a um tratamento com progesterona, um hormônio que a mulher já produz naturalmente. Estudos recentes demostraram, no entanto, que um anel de silicone, que serve para fechar o colo, também pode ajudar a diminuir a possibilidade de um nascimento antes da hora.
Os estudos
As coletas de dados para o estudo começaram em julho. Em 17 centros médicos, de todas as regiões do Brasil, pesquisadores convidam grávidas para fazer a medida do colo do útero. Isso ocorre no momento que a mulher faz o ultrassom, geralmente na metade da gestação.
O ultrassom leva cerca de cinco minutos e a gestante sai do centro já com o resultado. Se nenhuma alteração for identificada, ela é aconselhada a seguir com o pré-natal regular. Até agora, 5% das gestantes apresentaram encurtamento do colo, um número alto, segundo o professor.
Tratamento eficaz
Ao final da gestação, vai ser verificado quais as mulheres que tiveram o parto no tempo normal ou de forma prematura, e avaliar se um tratamento é mais eficaz que o outro. Pelo menos 25 mil mulheres participarão do estudo. “A ideia é reduzir em cerca de 50%, entre as mulheres que tenham encurtamento do colo, as chances de ter parto prematuro”, acrescenta o professor. Isoladamente, cada tratamento reduz em 30% as chances de parto prematuro.
O estudo dos pesquisadores brasileiros é feito em associação com estudos internacionais. Eles esperam, em um prazo de cinco anos, ter o resultado definitivo: qual o tratamento é mais eficaz (ou a junção de ambos) e quando deve ser usado.
Mulheres entre a 18ª e 23ª semana de gestação podem participar da pesquisa. Basta agendar o exame por meio do site www.prevenindopartoprematuro.com.br.
Agência CNM, com informações da Agência Brasil