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08/03/2017
Neste dia 8 de março, CNM homenageia participação feminina no cenário brasileiro
A atuação feminina na política ainda é tímida, mas tem se tornado cada vez mais expressiva nos últimos anos. Em 2012, um total de 1.901 mulheres se candidatou ao cargo de prefeita. Quatro anos mais tarde, no último pleito, esse número subiu para 2.042. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) aproveita este 8 de março, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, para destacar o protagonismo feminino no cenário municipalista.
O momento para refletir também sobre a importância do papel feminino dentro e fora da política. Em entrevista para a Agência CNM, a primeira dama da entidade, Tânia Ziulkoski, fala sobre a atuação das mulheres nos últimos anos.
“A nossa atuação vem galgando muito devagar, até chegarmos onde chegamos. Ela não é fácil, na verdade ela é bem dolorida, e foi muito dolorida. Eu sempre digo que o meu exemplo de mulher, de municipalismo, de participação na política é a Dalva Christofoletti. Há alguns dias fizemos uma homenagem a ela, e eu disse que o municipalismo e a participação da mulher existiram antes da Dalva, e depois dela”.
Durante sua fala, Tânia Ziulkoski lembrou da trajetória da mulher que foi uma das fundadoras da Confederação. “Na época em que ela iniciou foi muito difícil ela sair. Ela tinha os filhos pequenos. Olhavam a participação feminina como uma coisa muito estranha. E, aos poucos, nós fomos impondo a nossa presença. A mulher nunca deixou de ser mãe, nunca deixou de ser esposa, ela sempre carregou a família, mas graças a Deus conseguimos chegar onde chegamos”.
Apoio fundamental
Visivelmente emocionada, Christofoletti falou sobre o processo de inserção da mulher no cenário brasileiro e as barreiras vencidas. “Esse avanço foi bastante difícil, principalmente porque nossa sociedade sempre foi, pela nossa cultura, mais machista”. Porém, ela também comentou que as conquistas vieram a partir de um esforço conjunto entre homens e mulheres.
“Eu acho que foi um caminho que pudemos fazer com o apoio dos homens. Eu, em especial, se fiz alguma coisa, trajetória que iniciei há 63 anos, foi graças a um homem. Se não fosse ele, eu não teria tido a oportunidade de conviver nesse movimento”, acrescentou.
De olho no futuro
As conquistas femininas foram várias ao longo das últimas décadas, desde a conquista do direito ao voto, até a ampliação de sua atuação no mercado de trabalho. A fundadora da CNM, reforçou ainda os projetos desenvolvidos pela entidade, para o empoderamento feminino no cenário municipalista.
“Há uns três anos, a CNM lançou o movimento He for She [Eles por Elas, na tradução para o português]. E a gente começou a trabalhar, pela Confederação, ajustando algumas coisas que estavam faltando no movimento municipalista. Hoje, a Confederação, dando esse apoio que dá aos Municípios, e em especial, instalando o MMM [Movimento Municipalista de Mulheres] vem reforçar que agora vamos avançar ainda mais depressa”.
Quando perguntada sobre a atuação feminina em um futuro próximo, a primeira dama da CNM deixou uma mensagem positiva para elas: “agora eu acho que é o natural. As mulheres estão se impondo, todo mundo já percebeu a nossa força, todo mundo valoriza o que a mulher faz. A mulher hoje está em todas as frentes. É só dar continuidade ao que foi muito sofrido lá no passado. O mundo é nosso, nós temos um horizonte pela frente”, disse.