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13/07/2012
Mesmo com baixa renda, Municípios têm escolas de primeiro mundo
No interior de Alagoas, o Município de Coruripe que tem baixa renda alcançou no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) a marca de 6,9 o maior do Estado. Mas as escolas municipais têm um diferencial, os alunos com dificuldade no aprendizado têm atenção maior.
Não há segredo. Quem estuda à tarde e precisa de reforço, chega às dez da manhã, vai para a aula, almoça e não volta para casa. Fica para a aula. Quem estuda de manhã, almoça e fica à tarde para o reforço. A metodologia fez o índice de repetência cair de 30%, há cinco anos, para menos de 3%.
Outro diferencial e que a cada 15 dias os professores municipais se reúnem para trocar experiências, desabafos e ler textos com experiências pedagógicas. Para integrar a escola com a família, cada coordenador conhece a ficha escolar e o ambiente familiar dos alunos e quem precisa de apoio recebe visita em casa. Com 90% dos professores tendo ensino superior, a escola alfabetiza as crianças antes dos 6 anos.
Ceará
No Município sertanejo aluno não pode faltar aula, pois os faltosos são procurados de porta em porta por servidores que, de bicicletas ou motos, levam os estudantes de volta para a escola.
A “caçada” aos alunos faltosos trouxe resultados. O Município conseguiu zerar o índice de evasão escolar. Outras políticas públicas também levaram a cidade a praticamente acabar com a defasagem idade-série. O percentual de crianças que não sabiam ler e escrever no 3º ano do ensino fundamental caiu de 48% para 3%.
O prefeito de Sobral, José Clodoel, afirma que o Município aplica em Educação 26% de suas receitas, um ponto percentual acima do mínimo constitucional. Mas não é só isso que mudou a educação em Sobral e, sim, a abolição das indicações políticas para cargos de direção das escolas, melhoria na gestão, planejamento, qualificação profissional e incentivo como práticas que fizeram o Município dar um salto de qualidade. “Nosso Município apresenta uma taxa de aprovação elevada tanto para os anos iniciais do ensino fundamental que fica em 98,8% como para os anos finais com 91,5%”, aponta.
Com Ideb 6, considerado pelo Ministério da Educação como padrão de nação desenvolvida, cerca de 27 escolas municipais de Sobral estão com essa média, o que mostra que é possível garantir, em toda uma rede, e não só em escolas isoladas, um padrão mínimo de qualidade. O Município fez também um esforço para acabar com salas multisseriadas, em que o professor dá aulas ao mesmo tempo para alunos em diferentes séries.
Para a Confederação Nacional de Municípios (CNM), exemplos como esses devem ser seguidos pelos gestores brasileiros que tem o desafio de gerir a Educação com poucos recursos. O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, destaca que menos de 1% dos Municípios não aplicaram o mínimo em Educação. “O levantamento mostra, mais uma vez, a necessidade de aumentar a participação da União no financiamento do setor”, conclui.
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