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08/05/2012
Mapa da violência no Brasil mostra crescimento de mortes envolvendo motociclistas
A cada três acidentes de trânsito com mortes registrados pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em 2010, um havia motociclista envolvido. A estatística é um dos dados do Mapa da Violência 2012 - Os Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil, divulgado pelo Instituto Sangari, nessa segunda-feira, 7 de maio.
De acordo com os números – contidos no segundo caderno complementar do estudo –, o crescimento de mortes em acidentes com motos passou de 1.047 para 8.939, de 1998 para 2008. O calculo do Instituto Sangari foi feito com base em certidões de óbito de todo o país.
Para o autor do relatório, sociólogo Júlio Jacobo, a tendência é de o número de mortes envolvendo motociclistas continue crescendo. Ele destaca a facilidade para aquisição de motos, a fiscalização dos órgãos de segurança mais voltada para os veículos de quatro rodas, a estrutura viária que não garante segurança e o atendimento de pronto-socorro.
Concordância
Entre as muitas informações do documento, a de que em 1.098 Municípios, ou 19,7% do total, não houve registro de homicídios em 2008, 2009 e 2010, que são os três últimos anos disponíveis, mostra uma concordância com estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Divulgada em 2009, A dinâmica da violência nos Municípios brasileiros da CNM mostrou que 1.250 Municípios, ou 22% do total, teve taxa de homicídio zero ou bastante baixa em três anos.
Além de dados sobre o crescimento e redução das taxas de homicídios por Estado, a evolução da violência nos municípios e os novos padrões da violência homicida, a publicação do Sangari disponibiliza também caderno complementar com dados sobre homicídio de mulheres.
O estudo visa à percepção da real dimensão do problema, por meio da analise, interpretação e divulgação de pesquisas e dados. O estudo traz a seguinte afirmação: “somente com o triste fenômeno da violência devidamente dimensionado, pode-se realmente enfrentá-lo. Esse enfrentamento deverá, então, transcender a indignação e converter-se em ação, a qual, por sua vez, poderá gerar políticas públicas, como, aliás, já vem ocorrendo”.
* Veja o estudo aqui
Da Agência CNM, com informações da Agência Brasil
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