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24/09/2010

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Manaquiri (AM) prioriza Educação e oferece escola em tempo integral aos alunos

CNM

Milhares de alunos de Manaquiri (AM), localizado a 60 quilômetros de Manaus, estão ganhando um motivo especial para irem à escola em 2010. Além das lições tradicionais, eles passam o dia na escola e praticam outras atividades. O Município é o primeiro do interior do Estado a oferecer escola em tempo integral aos alunos do Ensino Fundamental. O processo está em implantação e é um bom exemplo.

Quase três mil alunos já estudam neste sistema em 14 escolas. As aulas tiveram início em junho, mas a revolução no ensino das crianças começou a ser pensada há três anos. Com sua equipe, o prefeito Jair Aguiar Souto viajou para outros Municípios, buscou experiências e implantou o que considera mais eficiente. Em fevereiro, convidou a população a assinar um Pacto pelo Ensino Integral em Manaquiri.

“Houve certa resistência. Muitas famílias ainda dependiam do trabalho das crianças”, conta Jair. Mas, vencido o primeiro desafio, Manaquiri deu continuidade às obras de construção de escolas e abriu concurso público para contratar professores em tempo integral.

Apesar de muitas dificuldades, a equipe se dispôs a aprender e trabalhar pelo novo modelo. Todas as secretarias municipais – Agricultura, Meio Ambiente, Fazenda e Saúde, por exemplo - foram orientadas a trabalhar integradas, com prioridade a esse setor.  “Toda a prefeitura está focada na Educação”, explica Jair.

Em julho, a última instituição inaugurada foi o Centro Educacional Municipal de Tempo Integral Domingos Vasques. Com capacidade para 770 alunos, a escola conta com 21 salas de aula, biblioteca, laboratório de informática e de ciências. Mais uma aliada para tornar o ensino em Manaquiri referência no Amazonas. 

Por que o tempo integral?
Jair enumera cinco itens que pesaram na decisão de implantar o ensino integral no Ensino Fundamental. Em primeiro, está o clima da região. Marcado por secas e cheias, ele dificulta o cumprimento dos 200 dias letivos exigidos pelo Ministério da Educação (MEC). O segundo ponto também se refere ao ambiente onde as crianças vivem. Propício ao lazer, o cenário de cachoeiras, rios e matas torna-se um “inimigo”, porque distrai e afasta as crianças da escola.

A maioria das famílias também não tem condições de oferecer o complemento pedagógico necessário à formação das crianças. “Os filhos ficavam sozinhos durante o período em que não estavam em sala de aula”, completa o prefeito. Além disso, a exploração do trabalho infantil preocupava. O último item é a distância entre as escolas. “Com oito horas de estudo, organizamos o transporte escolar com mais eficiência”, resume.

Escassez de Recursos
A mudança trouxe mais despesas. Os gastos com alimentação, uniforme, material escolar e os investimentos em infraestrutura aumentaram. O salário pago aos professores também está acima da média nacional e do exigido pela legislação. “Só com muita disciplina e controle financeiro conseguimos avançar. Temos uma equipe extremamente motivada”, revela Jair.

Uma das alternativas, aponta, seria o programa Mais Educação do governo federal. Ele repassa R$ 0,90 por aluno/dia às escolas que oferecem ensino integral. No entanto, só atende instituições das capitais, regiões metropolitanas ou Municípios acima de 163 mil habitantes. Manaquiri e os outros milhares de pequenos Municípios brasileiros estão fora da lista.

Jair participou de audiências no MEC e colocou o Município à disposição para servir de modelo a outras iniciativas. Ele aguarda a possibilidade de ampliação do projeto. Segundo o prefeito, é no interior que o governo precisa atuar, porque nas regiões metropolitanas o acesso é mais fácil, inclusive ao Ensino.

Toda essa preocupação e o modelo adotado demonstram qual é a prioridade do Município. “Ao invés de construirmos delegacias e penitenciárias, queremos focar no empreendedorismo, no conhecimento e na Educação. Daqui a 10 ou 20 anos, o Município de Manaquiri será diferente e melhor. Os outros prefeitos precisam viver esse desafio”, orgulha-se Jair. 

 


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