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17/04/2017
Mais da metade dos brasileiros estão acima do peso, aponta Ministério da Saúde
Cresceram os índices de obesidade na população brasileira e avançaram as doenças consideradas como fatores de risco para enfarte e derrame cerebral, com causas oriundas do sobrepeso. A constatação foi feita após uma pesquisa do Ministério da Saúde divulgada nesta segunda-feira, 17 de abril. O levantamento apontou que mais da metade dos brasileiros estão acima do peso.
Segundo informações da Pasta, duas entre cada 10 mulheres que vivem em capitais brasileiras estão obesas. Também nessas cidades, a pesquisa revelou que quatro entre cada 10 habitantes têm hipertensão e mais da metade está acima do peso. Dados do trabalho com indicadores de 2016 divulgados hoje mostram que a expansão da diabete, da hipertensão, da obesidade e do sobrepeso se dá na população em geral, mas de uma forma mais acentuada entre pessoas com menor escolaridade.
Diabete
A diabete, por exemplo, afeta 16,5% da população com até oito anos de estudo. Um indicador três vezes maior do que aquele apresentado por pessoas que estudaram 12 anos ou mais: 4,6%. O mesmo acontece com a hipertensão: 41,8% da população com até oito anos de estudo apresenta o problema. Quase três vezes mais do que o indicador apresentado entre aqueles com 12 anos de estudo ou mais: 15%.
O fenômeno também se repete com excesso de peso e com a obesidade, mas em uma escala inferior. A pesquisa indica que 59,2% da população com até oito anos de estudo está acima do peso. Entre os que estudaram 12 anos ou mais, o porcentual é de 48,8%. Já na obesidade, 23,5% dos que estudaram até oito anos apresentam o problema. Entre os que estudaram 12 anos ou mais, o porcentual é de 14,9%
Doenças cardiovasculares
Com já se era esperado, a frequência dos quatro fatores de risco para doenças cardiovasculares (obesidade, sobrepeso, hipertensão e diabete), aumenta com o passar dos anos. O que o trabalho chama a atenção, no entanto, é o que ocorre com obesidade. A prevalência do problema duplica a partir dos 25 anos.
Todos os problemas aumentaram de forma expressiva nos últimos 10 anos. Entre 2010 e 2016, cresceu em 61,8% o número de pessoas diagnosticadas com diabete. A obesidade teve uma expansão igualmente preocupante: 60%, passando de 11,8% da população em 2006 para 18,9% em 2016. A hipertensão, por sua vez, subiu 14,2% na década, passando de 22,5% para 25,7% da população. Os indicadores relacionados a excesso de peso subiram 26,3% em dez anos. Em 2006, 42,6% da população estava cima do peso. Hoje, já são 53,8%
O aumento dos indicadores pode em parte ser atribuído ao aumento da idade da população. Mas os dados da pesquisa deixam claro que a mudança de hábitos alimentares também está diretamente relacionada ao problema. A começar pela redução do consumo regular de arroz e feijão. Em 2012, 74,2% da população masculina entrevistada dizia consumir a combinação mais típica da dieta brasileira em pelo menos 5 dias da semana. Bastaram quatro anos para esse indicador cair para 67,9%.
Consumo
A boa notícia, no entanto, é que o consumo regular de frutas e hortaliças apresentou uma leve elevação entre 2008 e 2016, passando de 33% para 35,2%. O maior consumo ocorreu entre mulheres. O grupo feminino também apresentou uma redução do consumo regular de refrigerantes ou suco artificial. Em 2016, 13,9% diziam ter esse hábito, ante 26,9% em 2007.
O trabalho da Vigitel mostra que o excesso de peso é mais prevalente entre homens. A obesidade, por sua vez, apresenta indicadores semelhantes: 19,6% entre o público feminino e 18,1%, entre o masculino. Já diabete e hipertensão são mais prevalentes entre as mulheres. Entre as entrevistas femininas, 9,9% disseram ter diabete, mais do que os 7,8% apontados pelos entrevistados masculinos. Entre as mulheres ouvidas, 27,5% relataram ter hipertensão. Entre os homens, foram 23,6%. A pesquisa do Vigitel é feita por meio de entrevista telefônica, com a população das capitais brasileiras com idade igual ou superior a 18 anos.
Agência CNM, com informações do Estadão