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11/05/2017
Gravidez na adolescência apresenta queda de 17% no Brasil
A gravidez na adolescência registrou queda de 17% no Brasil, segundo dados preliminares do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc) divulgados nesta quarta-feira, 10 de maio, pelo Ministério da Saúde. Em números absolutos, a redução foi de 661.290 nascidos vivos de mães entre 10 e 19 anos em 2004 para 546.529 em 2015. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) dá destaque a ações preventivas para evitar gravidezes indesejadas, bem como para reduzir custos para a gestão municipal.
As crianças nascidas de mães adolescentes representaram 18% dos 3 milhões de nascidos vivos no país em 2015. A região com mais filhos de mães adolescentes é a Nordeste, com 32%, seguida da Região Sudeste, também com 32%, mas com menor número absoluto. A Região Norte vem em terceiro lugar com 14% nascidos vivos de mães entre 10 e 19 anos, seguida da Região Sul, com 11%, e da Centro-Oeste, com 8%.
Gravidez indesejada
Atualmente 66% dos casos de gravidez em adolescentes são indesejados e que, para reduzir esses casos, é preciso investir em políticas de educação em saúde e em ações para o planejamento reprodutivo. Uma das iniciativas é a distribuição da Caderneta de Saúde de Adolescentes (CSA), em versões masculina e feminina e linguagem acessível, com orientações sobre o atendimento integral dos jovens.
Para prevenção da gravidez, é possível acessar em postos de saúde a pílula combinada, de anticoncepção de emergência, mini-pílula, anticoncepcional injetável mensal e trimestral, e diafragma, assim como preservativo feminino e masculino.
Recentemente, o Ministério da Saúde anunciou a oferta de dispositivo intrauterino (DIU) de cobre em todas as maternidades brasileiras, o que inclui as adolescentes dentro do público a ser beneficiado. O método é uma alternativa a mais para a adolescente que já teve uma gravidez precoce, pois ele dura 10 anos, tem longa duração e não precisa ser administrado diariamente.
Parto normal
A pesquisa Saúde Brasil mostra que o uso das boas práticas no parto foram ampliadas. O estudo aponta um aumento de 15% de parto normal entre mães adolescentes. Cerca de 70% das adolescentes, entre 10 e 19 anos de idade no ano de 2014, tiveram seus filhos por parto normal, enquanto em 2013 esse percentual foi de 55%.
A pesquisa mostra ainda que enquanto em 2013, apenas 11% das mães se alimentaram durante o trabalho de parto, em 2014 esse percentual subiu para 16%. Cerca de 55% das jovens disseram ter se movimentado durante o trabalho de parto, enquanto em 2013 esse percentual era de 45%. Também aumentou o percentual de mães que foram orientadas a ter filho em outras posições além de deitada, de 10% para 15% no mesmo período.
Outro porcentual que melhorou foi a presença do acompanhante da escolha da mãe que passou de 37% para 47% e o do uso do chuveiro como método para alívio da dor, que aumentou de 27% para 35%.
Para realização da pesquisa, foram entrevistadas adolescentes de 10 a 19 anos. Mais da metade delas são solteiras, negras, não têm planos de saúde e têm renda familiar menor que dois salários mínimos.
CNM com a palavra
A CNM destaca a importância de investimentos em ações de prevenção e na promoção da saúde, que podem ser planejadas por meio de ações integradas entre as diversas secretarias municipais, como saúde e educação. Incentivar o acompanhamento médico das crianças e adolescentes, no início da puberdade, pode evitar uma gravidez não planejada.
Nas escolas, devem ser discutidos temas como: métodos contraceptivos, doenças sexualmente transmissíveis, transformação corporal e cuidados pessoais. Esses assuntos, quando expostos aos adolescentes, resultam na melhoria da qualidade de vida e ainda diminui custos para a gestão municipal.
Agência CNM com informações da Agência Brasil