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28/10/2013
Gestão do Bolsa Família onera as prefeituras, alerta reportagem da Folha de S. Paulo
O jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem que aponta: apesar dos benefícios sociais, o Programa Bolsa Família não representa melhoria alguma para as administrações locais. Pelo contrário, em muitas prefeituras, a gestão do benefício onera ainda mais as finanças dos Municípios.
O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, foi ouvido pelo jornal. Ele explicou que quem faz toda a gestão do Bolsa Família são as prefeituras, e que isso significa dispor de pessoal e de recursos materiais.
"O Município é chamado para executar tudo. Gasta mais em pessoal para atender todo o cadastramento, cruzar informações de evasão escolar, cobertura de vacinação. Isso é carro, pessoal, diárias, papel e ninguém calcula isso", disse à Folha.
Para tornar o Bolsa Família uma realidade, os Municípios recebem um incentivo do governo federal. Este ano, essa ajuda somou R$ 250 milhões, mas, de acordo com Ziulkoski e outros especialistas ouvidos pela reportagem, esse dinheiro não significa muito. Pois, “as prefeituras atuam principalmente na fiscalização de requisitos, no cadastramento e no acompanhamento das famílias [beneficiadas]”, destacou o periódico.
Especialistas confirmam análise da CNM
Ziulkoski lembrou ainda que a “injeção de recursos do benefício e o estímulo à economia local não incrementaram a arrecadação dos Municípios”. Posição confirmada pela professora de economia da Universidade Federal de Pernambuco Tatiane Menezes. Ela afirma que o Programa fez aumentar a demanda por serviços municipais sem que os Municípios estivessem prontos para assumí-los.
O professor de economia da PUC de São Paulo Marcel Leite também compartilha da mesma opinião de Tatiane Menezes. "Há uma cobrança maior da sociedade para atender às exigências do Bolsa Família", avalia o professor.
Veja reportagem na íntegra