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17/04/2015
Estudo expõe a gravidade das infecções generalizadas nos hospitais brasileiros
O Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS) realizou recentemente um estudo que ajuda a dar a dimensão do problema da infecção generalizada nos hospitais brasileiros. O trabalho, denominado SPREAD (Sepsis Prevalence Assessment Database), consistiu na avaliação, em um único dia, de 229 Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em vários estados, abrangendo 794 pacientes.
Os números pontuam a relevância do problema. Foi constatado que 29,6% dos leitos estavam ocupados por doentes com sepse grave ou com choque séptico. Desses pacientes, 55,7% morreram. A mortalidade na região Sudeste foi de 51,2%; no Centro-Oeste, 70%; Nordeste, 58.3%; Sul, 57,8% e Norte, 57,4%. O índice de letalidade está muito acima do registrado em outros países. Na França essa taxa é de 30% e, nos Estados Unidos, 29%.
O estudo ainda mostrou que os fatores ligados ao aumento da mortalidade são a limitação de recursos básicos, a gravidade do paciente, e a demora na administração da primeira dose de antibióticos.
Atraso no diagnóstico
Como os sintomas da sepse são comuns a várias outras doenças, o diagnóstico pode demorar e, consequentemente, a aplicação do antibiótico e a possível cura. Apesar de a sepse atacar com mais frequência pacientes hospitalizados, em cerca de 30% a 50% dos casos a infecção é adquirida na comunidade e o paciente é internado já em estado grave.
Isso sugere o desconhecimento do público em geral sobre a gravidade da doença. Pesquisa nacional realizada ano passado pelo ILAS, em parceria com o Instituto Datafolha, mostrou que de 2.126 entrevistados, apenas 140 (6,6%) tinham ouvido o termo sepse, sendo que dessas, só 56 a identificaram corretamente como uma resposta grave do organismo a uma infecção.
Recomendação
Até pouco tempo, a maior parte dos pacientes com sepse morria. Recentemente, com a melhoria dos cuidados hospitalares e a adoção de medidas, muitas delas simples, capazes de reduzir a incidência da doença, esse número tem se reduzido.
Nesse sentido, o Conselho Federal de Medicina (CFM) orienta que em todos os níveis de atendimento à saúde (de unidades básicas de saúde a unidades de terapia intensiva) sejam estabelecidos protocolos assistenciais visando o reconhecimento precoce e a pronta instituição das medidas iniciais de tratamento aos pacientes com sepse, também conhecida como infecção generalizada.
A Recomendação 6/2014 sugere ainda a capacitação dos médicos para o enfrentamento deste problema cada vez mais incidente – devido ao aumento da população idosa e do número de pacientes imunossuprimidos ou portadores de doenças crônicas, criando uma população suscetível para o desenvolvimento de infecções graves.
Da Agência CNM, com informação do CFM