Estratégias e captação de recursos integram a temática dos Seminários Técnicos de Turismo

“Agora é a hora do Turismo. Nós precisamos trabalhar a qualificação e a capacitação. Compete a nós, gestores públicos, oferecer as ferramentas estratégicas para o turismo crescer no Brasil”. Com essa fala o consultor de Turismo da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Mário Nascimento, iniciou a programação dos Seminários Técnicos sobre o tema.

Os Seminários Técnicos tem como objetivo justamente oferecer capacitação ao gestor municipal, independente do cargo que exerce. A programação é construída de acordo com as necessidades levantadas por aqueles que procuram a entidade. “Nós mapeamos as necessidades e focamos na gestão estratégica e promoção da governança nos Municípios e na captação de recursos a partir do mapa do Turismo, contando com o auxílio da Plataforma Êxitos”, completou a analista técnica da área de Turismo da CNM, Marta Feitosa.

Entre os convidados deste Seminários Técnicos, estava a coordenadora geral das Áreas Estratégicas para Desenvolvimento Turístico do Ministério do Turismo, Ana Carla Moura. Na oportunidade, Ana Carla lembrou que ao falar de turismo, é necessário trabalhar a palavra confiança. “É ter a confiança de quem trabalha conosco, ao nosso redor, mas especialmente de quem está chegando no nosso Município”, disse.

Em seguida, apresentou o Mapa do Turismo, que integra a Política Nacional de Turismo, reforçando as estratégias e como o Município pode trabalhar a temática na localidade. “É necessário traçar os diagnósticos e estudos com as necessidades mais afuniladas para avaliar o atrativo turístico e trabalhar ele. Quando temos o planejamento, entra tudo o que identificamos: diagnóstico e pontos fracos e ameaças. Oportunidades geram estratégias e possíveis ações. Com isso, as prefeituras vão desenhar para avaliar se é de curto, médio ou longo prazo e, assim, preparar o projeto. Para aplicar qualquer recurso, tem que ter o projeto. E aí vou buscar os caminhos de capital de recursos para executá-las” finalizou.

Sobre recursos, a analista técnica em Transferências Voluntárias da CNM, Alessandra Ferreira, fez um resumo sobre as Emendas, especialmente as especiais. “Até o momento, foram pagas 50% das Emendas Especiais, por indisponibilidade orçamentária. A outra metade será paga somente após o período eleitoral”, disse, reforçando que a prioridade foi dada pelo parlamentar na hora da liberação das Emendas. Para saber, basta acessar e consultar a Plataforma +Brasil.

Captação além das Emendas Parlamentares
Caso o Município não tenha solicitado ou conseguido recursos através das Emendas Parlamentares, o gestor tem outras alternativas. Estas são detalhadas na Plataforma Êxitos, que é uma ferramenta exclusiva para gestores de Municípios filiados à Confederação.

A plataforma traz uma ampla pesquisa pelos mais diversos recursos disponíveis. A grande diferença, segundo a consultora da CNM Marli Burato, é a possibilidade de simplificar os processos de busca. “A equipe da CNM faz todo o trabalho. Deste modo, quando o gestor logar na ferramenta, já vai aparecer as informações do Município. Sendo assim, a Plataforma vai sugerir tudo, todas alternativas para vocês. Se desejar filtrar apenas pela área de turismo, a plataforma também oferece essa oportunidade. E, com o filtro, vão aparecer somente os recursos que abrangem o Município”, disse.

Terminando a manhã de explanações, a equipe apresentou o passo a passo de como entrar, logar e procurar dentro da Plataforma Êxitos. “A área de Turismo não possui repasse obrigatório, por isso é importante o gestor acessar essa ferramenta e conhecer todas as possibilidades oferecidas ao Município”, conforme lembrou a analista técnica em Turismo da CNM, Mônica Costa.

Turismo de natureza
O turismo de natureza, que abarca aventura, ecoturismo, turismo náutico e contato com a natureza, é um dos segmentos que mais cresce no país, segundo a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, a Embratur. A Agência destaca que 90% dos turistas procuram opções de destinos sustentáveis quando viajam. Além disso, do potencial de crescimento de 14,3% do ecoturismo até 2027.

A representante da Embratur, Maressa Farias, participou da capacitação e trouxe informações importantes. “Nós temos um potencial enorme para sermos referência em turismo de aventura e ecossistema no mundo. A Embratur tem trabalho na disseminação dos nossos Municípios turísticos por todo o planeta”, comentou. A analista técnica da CNM, Marta Feitosa, complementou. “As ações de competitividade passam pelo dever de casa dos Municípios. Nós precisamos ter produtos estabelecidos para serem vendidos no exterior”.

Turismo Rural
Seguindo no sentido de preservação do meio ambiente, mas com foco na experiência do turista, principalmente no ambiente do campo, boas práticas de turismo rural foram apresentadas aos participantes. Assim como oportunidades de novos empreendimentos ligados ao tema. A coordenadora do Instituto Brasil Rural, Andréia Roque, destaca que todos os envolvidos nesta área precisam se unir. “O turismo rural só vai dar certo se nós focarmos no Município. Nós temos hoje no Brasil diversos Municípios com boas legislações, com fomentos, em que o empreendedor de turismo rural se sente fortalecido. Isso acarreta na prestação de bons serviços, com qualidade ao público. Por isso, a necessidade de união”.

Complementando a ideia, a empreendedora da bioeconomia da floresta em pé, turismo rural na Amazônia Atlântica, Hortência Osaqui, apresentou o trabalho desenvolvido à frente da Fazenda Bacuri, que é uma agroempresa familiar. Por lá o produto principal é o "Bacuri", proveniente de um sistema de manejo orgânico do Bacurizeiro, além de trabalhar com Sistemas Agroflorestais envolvendo outras culturas.

“Desenvolvemos um trabalho de turismo rural com a produção associada mostrando a economia da floresta em pé para o desenvolvimento sustentável na região. Fazemos parte de um roteiro a nível nacional, de forma estruturada, organizada, valorizando nossa comunidade. Hoje tenho orgulho de dizer que o Município de Augusto Corrêa, no Pará, é um Município turístico, com um potencial gigantesco”, apontou Osaqui.

Mobilidade urbana
A mobilidade urbana foi abordada durante os Seminários, pois se trata da relação social ligada à mudança de lugar, que é onde entra o turismo, ao se destacar os deslocamentos feitos dentro de um destino turístico. A gestora de projetos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e especialista em mobilidade urbana, Gabriela Fumagali, fez observações sobre como os deslocamentos dentro de um Município impactam no turismo.

“Vale destacar que toda vez que a gente chega a uma cidade queremos saber onde está o mapa dessa cidade e queremos saber onde estão os pontos turísticos, onde está o centro histórico, os polos de lazer, como fazer para se deslocar, se é preciso usar carro, transporte público ou fazer algum trajeto caminhando”, ressaltou.

Conteúdo Exclusivo
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Por: Lívia Villela e Victor Gomes
Da Agência CNM de Notícias