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10/04/2018
Estados Unidos enfrentam problemas com opioides e o Rio de Janeiro com o crack
Os problemas causados pelas drogas são desafios a serem vencidos pelo poder público que independem do nível de desenvolvimento dos países afetados. Um exemplo dessa afirmação é o registro da epidemia de opioides nos Estados Unidos da América (EUA) e os crescimento de consumo de crack no Rio de Janeiro (RJ). O Observatório do Crack, iniciativa da Confederação Nacional de Municípios (CNM), alerta, novamente, para o avanço desta problemática.
De acordo com a entidade, que criou a base de dados dos Municípios brasileiros, o impasse com o problema das drogas está longe de obter solução efetivamente rápida. Mesmo com as condutas do governo americano, os EUA constataram 64 mil mortes em 2016 relacionadas a drogas à base de opioides, que inclui de analgésicos prescritos a heroína misturada a substâncias sintéticas.
O presidente do EUA, Donald Trump, voltou a defender a pena de morte para traficantes e o endurecimento de penas para os crimes que envolvem o tráfico de drogas, dentre as medidas de combate à epidemia. Além disso, a Casa Branca propõe outras ações, como:
- fim da venda de opioides pela internet;
- desenvolvimento de vacina para prevenir a dependência as drogas;
- gestão da dor por meio de substâncias não viciantes; e
- relacionamento mais intenso com a China e maior cooperação com o México para reduzir o fornecimento de heroína e outros químicos ilícitos.
O especialista em saúde pública da Universidade de Chicago Harold Pollack defende a expansão de verbas federais para programas de recuperação e terapia. Nos últimos seis anos, as mortes por overdose no país se transformaram na causa mais comum de morte violenta, e superou a taxa de acidentes de trânsito ou de óbitos causados por armas de fogo.
Cenário Nacional
Em território nacional, um levantamento da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH) do Rio de Janeiro mostrou a disseminação de crack e outras drogas na região. A pesquisa mapeou 150 locais da cidade, onde os dependentes químicos se reúnem para consumo de drogas. Ao todo, esses pontos concentram mais de 1,9 mil pessoas.
Das aglomerações de usuários nos bairros, o caso mais crítico é observado na Rua Leopoldino de Oliveira, em Madureira, na Zona Norte. Na localidade, as equipes da secretaria de saúde identificaram 65 dependentes químicos, embora o Centro do Rio assuma a maior concentração de dependentes. Copacabana assume o segundo lugar do ranking.
Nota
Diante dos números levantados pelo governo estadual, o debate sobre a internação compulsória de usuários divide a opinião das autoridades e dos especialistas. A secretaria de saúde informou, em nota, que as equipes fazem abordagens diárias nas ruas do Rio. O ex-secretário da assistência social Pedro Fernandes defende a internação compulsória. Para ele, a presença dos dependentes químicos provoca risco à segurança das pessoas. Ele defende a hospitalização involuntária, em parceria com a Secretaria de Saúde, e não nos abrigos da Assistência Social.
Já a defensora pública Thaísa Guerreiro discorda da medida e afirma que existem ”inúmeros dispositivos” para tratar essas pessoas e destaca que elas também estão em risco. No entanto, ela concorda que os abrigos – geridos pela Assistência Social e Direitos Humanos – não são locais apropriados para os dependentes químicos.
Com informações do Estadão e do G1