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12/08/2008
Embrapa: mandioca para combater a anemia no norte e nordeste
Agência CNM
Cerca de 50 países da América Latina, Ásia e África em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão participando de um projeto para aumentar o teor vitamínico de alguns alimentos, como é o caso da mandioca. Também conhecida como macaxeira e aipim, a mandioca é uma das principais fontes de betacaroteno e de energia para cerca de 500 milhões de pessoas, principalmente nos países mais pobres e em desenvolvimento, e em municípios brasileiros das regiões norte e nordeste.
O objetivo do projeto é mudar o quadro nutricional no mundo, definido como “caótico” pelo pesquisador José Luiz Viana de Carvalho, da Embrapa. O projeto pretende adicionar à alimentação mais ferro e zinco, que juntos são uma arma no combate à anemia. Os resultados serão o aumento na capacidade de trabalho, impedimento do retardo no desenvolvimento e fortalecimento do sistema imunológico.
Para os pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos, o ideal é estender a cultura da mandioca biofortificada para todo o país, embora a base do projeto sejam os agricultores de baixíssima renda e reduzida condição tecnológica, que vivem em áreas marginais. O projeto é uma oportunidade para o produtor consumir também um produto de qualidade nutricional superior ao que consumia anteriormente.
Os pesquisadores já conseguiram aumentar o teor de betacaroteno nas raízes da mandioca de quatro microgramas por quilo para 12 microgramas. A meta é chegar a 15 microgramas por quilo. O betacaroteno é uma espécie de precursor da vitamina A, e sua falta no organismo pode acarretar em problemas de visão, levando até a cegueira total. O aumento do teor de betacaroteno na mandioca significa a melhora de um produto que, em teoria, é apenas energético, devido à forte presença de amido.
Ciclo de produção
O ciclo de produção da mandioca, de um ano, é bem maior que o arroz, o feijão e a batata doce, que têm safra de quatro meses. “Enquanto em outros cultivos, podem ser feitas duas ou três, com a mandioca é possível apenas uma por ano”, disse o pesquisador José Luiz Viana de Carvalho, da Embrapa Agroindústria de Alimentos. Por isso, o trabalho com a mandioca deve ser concluído em 2013 ou 2014, acrescentou. Com isso, as pessoas que consomem alimentos básicos terão uma fonte nutricional mais consistente, afirmou o pesquisador.
De acordo com a Embrapa Agroindústria de Alimentos, enquanto não se finaliza o projeto de fortificação da mandioca, estão sendo feitos testes em Sergipe e no Maranhão, estados que registraram os piores índices nutricionais do país. Esses testes, que deverão ser concluídos em 2009, mostrarão como serão os impactos sociais e econômicos da mandioca fortalecida. No Brasil, o projeto de biofortificação envolve oito culturas agrícolas. Mundialmente, esse número alcança 12 culturas.
Com informações da Agência Brasil