Notícias
08/02/2019
Em situação de vulnerabilidade, venezuelanos ficam propensos ao uso de crack
Os Municípios de Pacaraima e Boa Vista, em Roraima, têm recebido a maioria dos refugiados venezuelanos que cruzam a fronteira do Brasil em busca de melhores condições de vida. Na capital roraimense, no abrigo de Pintolândia, cuja capacidade está esgotada, e na praça vizinha, dezenas de pessoas dormem em meio a paredes pichadas com a sigla da facção criminosa Primeiro Comando da Capital.
Como o jornal Folha de São Paulo revelou em reportagem, os indígenas das etnias waraos e enhepás encontram-se em situação de maior vulnerabilidade, com um processo diferenciado de interiorização permanecendo em localidades no próprio estado de Roraima. Em virtude do tempo que levam para conseguir a emissão de documentos, a identificação da localidade de destino e o deslocamento, o grupo fica à mercê de uma situação mais tensa, com casos de violência, alcoolismo e uso de drogas.
Em entrevista, a coordenadora do abrigo afirmou que a introdução do crack nesta população é recente, mas, como é de conhecimento público, a droga tem alto poder de causar dependência. Além disso, o uso do crack está ligado diretamente ao aumento dos casos de violência, em várias formas.
Com todos os problemas estabelecidos com os quais o país já convive, a questão do uso de drogas lícitas e ilícitas torna-se um gargalo e mais uma pendência para os gestores locais tratarem. É preciso união dos governos em todos os níveis – municipal, estadual e federal – para buscar alternativas e uma solução mais humanizada para a situação dos venezuelanos. Começando por uma estratégia nacional integrada de ajuda humanitária, que auxilie os Municípios e impeça o agravamento do problema.
A resposta do governo e das organizações envolvidas com essa questão, é o Projeto de Interiorização+Humana, pelo qual pretende-se identificar outras localidades do Brasil para levar grupos de venezuelanos e promover a inserção social. Porém, esse processo de deslocamento e inserção social dos grupos deve observar questões fundamentais do perfil de cada cidadão e da localidade receptora, alerta a Confederação Nacional de Municípios (CNM).
A CNM, por meio do Observatório do Crack, disponibiliza em seu site materiais instrutivos no que tange à drogadição. Trabalhar com a prevenção ao primeiro uso é imprescindível para manter a população informada e atenta.
Da Agência CNM de Notícias, com informações da Folha de São Paulo