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11/06/2015
Em meio a epidemia de dengue, ministro da Saúde se diz desacreditado com a vacina criada para imunizar a população
As vítimas da dengue aumentam a cada ano e epidemias assustam o País. A vacina com poder de ajudar a combater este problema poderia começar a ser distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) logo em 2016. Entretanto, o próprio ministro da Saúde, Arthur Chioro, não aposta na vacina, por conta de alguns empecilhos. A imunização não é recomendada, por exemplo, em idosos e crianças, justamente os grupos mais vulneráveis à doença.
O laboratório que produz a vacina, Sanofi Pasteur, deu entrada no registro da vacina na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas, para Chioro, ela não será suficiente para conter epidemias. Primeiro porque a produção seria, inicialmente, insuficiente para atender toda a população.
Por outro lado, de acordo com o ministro, a pasta acompanha avanços de outros laboratórios na criação de uma vacina mais “eficaz”. As alternativas estão no Instituto Butantan, que trabalha em parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, e a da Fundação Oswaldo Cruz, e o Laboratório GSK. Há também um instituto japonês com pesquisa em fase mais adiantada.
Explicações
“Uma vacina conseguir chegar ao registro não significa que será incorporada ao SUS. Ela precisa ser necessária, boa, qualificada, ter segurança, ter resposta e um custo adequado, para tomarmos a decisão técnica e política de incorporá-la ao calendário nacional de vacinação”, analisou o ministro.
A do laboratório Sanofi Pasteur apresenta resposta imunológica de 62% e de prevenção de casos graves de 83% a 84%, depois de três doses de aplicação.
Epidemia
Chioro reconhece a epidemia de dengue que o Brasil vive atualmente. Até o dia 30 de maio, foram registrados mais de um milhão de casos. Em 2014, neste mesmo período, foram apenas 591 mil registros. A situação deste ano só não está pior que a de 2013, com 1,3 milhão de casos até maio. A média nacional este ano é de 503 casos por 100 mil habitantes.
Entre as regiões, Sudeste e Centro-Oeste estão em situação complicada. Acre, São Paulo e Goiás registram os maiores números de casos em relação ao de habitantes.
A febre da chikungunya e a zika são doenças transmitidas pelo mesmo mosquito da dengue. No entanto, são menos preocupantes, segundo o Ministério da Saúde. Até 30 de maio, 378 pessoas morreram em todo o Brasil por conta dessas outras duas doenças.