Em entrevista à CNN, Ziulkoski fala sobre ocupação dos leitos de UTI acima de 90% em metade dos Municípios

O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, concedeu entrevista à TV CNN neste domingo, 27 de junho, e falou sobre o cenário apresentado pela 14ª edição do panorama da entidade sobre a Covid-19 no Brasil. Em sua fala, Ziulkoski frisou o avanço da doença e a possibilidade de uma nova onda de alta, além da importância da vacinação e do potencial dos Municípios para imunizar a população.

A pesquisa semanal, divulgada na sexta-feira pela entidade, revelou que metade dos Municípios afirmaram ter taxa de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) acima de 90%. O levantamento ocorreu entre os dias 21 e 24 de junho, e ouviu 2.747 gestores municipais, 49% dos 5.568. Com base nos dados por Região, é possível observar que a situação mais crítica se apresenta no Sul e no Sudeste. O Estado do Mato Grosso do Sul, no entanto, no Centro-Oeste, é o que apresenta maior percentual de Municípios com ocupação acima de 95%.

À TV CNM, o líder do movimento municipalista relatou a preocupação da entidade com o surgimento de uma terceira onda da pandemia no País. “Estamos na 14ª semana de pesquisa, e fazendo a análise dessa evolução nos Municípios que responderam. Então identificamos um aumento na parte mais clínica e isso preocupa muito, pois o Município é onde pratica toda a execução do combate à pandemia”, pontuou o presidente.

“O governo federal, pelo SUS [Sistema Único de Saúde], deveria traçar as normas térmicas e legais e fornecer os recursos aos insumos, e isso infelizmente não está ocorrendo mais. Aliás, desde o início [da pandemia] está ocorrendo uma omissão da parte central do governo e isso recai muito sobre os Municípios. Pois não há uma coordenação”, lamentou o presidente da CNM.

Sobre a taxa de mortalidade que se mantém em um patamar muito alto, Ziulkoski alterou: “Nós não podemos aceitar uma taxa de mais de 2 mil mortes por dia”. Ele destacou ainda o potencial dos Municípios na vacinação. “Tiveram dias que os Municípios vacinaram, entre a primeira e a segunda dose, 1,7 milhões de pessoas em um único dia. Se nós tivéssemos a vacina disponível, nós estaríamos vacinando algo em torno de 50 a 60 milhões de pessoas por mês. E em quatro ou cinco meses nós estaríamos com mais de 70% [da população] vacinadas. Os Municípios fazem o seu trabalho, quem não fez foi a União que não se planejou melhor”, avaliou o presidente.

Confira aqui a 14ª edição da pesquisa semanal

Da Agência CNM de Notícias