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12/12/2018
Durante visita à CNM, prefeitos cearense e pernambucano concedem entrevista
Os gestores municipais que visitam a sede da Confederação de Munícipios (CNM), agora, também têm a oportunidade de conceder entrevista para Rádio on-line da entidade. Na manhã desta terça-feira, 11 de dezembro, os prefeitos de Missão Velha (CE), Diego Feitosa, e de Alagoinha (PE), Wilas Leal, aproveitaram agenda em Brasília para visitar a casa dos Municípios brasileiros. Na oportunidade, os municipalistas nordestinos relataram os desafios de gestão local, como a saúde e a gestão financeira.
Feitosa contou que, por conta do apoio dos parlamentares do Estado, que ele entende como privilégio, tem conseguido manter as unidades de saúde de portas abertas. “Se por alguma razão, um Município não conseguir algum recurso extra de custeio, sem dúvida nenhuma, é um caos. A saúde é um caos. Cada vez mais, a gente vê a demanda crescer, a gente vê a judicialização matando, sufocando os prefeitos”, disse o prefeito cearense.
Ele mencionou o seguinte cenário: “chega um magistrado que não tem o mínimo de conhecimento do que é uma gestão pública lhes [os prefeitos] obrigando a pagar cirurgia de R$ 20 mil, de R$ 15 mil. Obrigando a pagar medicamento de R$ 40 mil, R$ 50 mil para câncer”. Segundo o prefeito, ao argumentar a responsabilidade, é solidaria de custeio Saúde e de sugerir que a justiça também envolva os governadores e o governo federal, escuta dos magistrados que é mais fácil cumprir a decisão judicial com o dinheiro do Município.
Decisão
“A gente acaba custeando sozinho essas decisões judicias, onde a gente entra com ações regressivas para o Estado e a União e não vê andar essas ações”, pontou o prefeito de Missão Velha. Ele também falou da estrutura local da saúde e disse que os prefeitos não devem olhar muito adiante, se referindo a uma reeleição, para não esquecer dos problemas do dia a dia. O gestor reconhece que o diálogo com a população é fundamental conhecer as necessidades.
Assim como Feitosa, o prefeito de Alagoinha também é bastante jovem e está no primeiro. “Administrar um Município pequeno, com poucos recursos, é um verdadeiro desafio. O país vem passando um momento muito complicado e infelizmente no nosso país, quem sofre mais é quem está na ponta. O pequeno é quem sofre mais”, disse Leal, e nesse aspecto, ele vai ao encontro de muitas outras prefeituras do país.
Seca
Segundo relatos do pernambucano, sua população sofre, sem água na torneira, há mais de cinco anos, mas a região deve ser comtemplada com as águas da transposição do rio São Francisco, em um futuro próximo. No entanto, o gestor disse que os reservatórios estão todos secos, e que a seca dizimou 60%, 70% do rebanho. “Hoje, é uma situação delicada. Hoje quem tem o papel fundamental na economia é a prefeitura”, ponderou Leal. Ele afirmou ainda: se a prefeitura não atuar as pessoas não tem como sobreviver.
“Infelizmente, no Município, todos os programas na área de saúde são subfinanciados. O Município quase que divide metade dos custos com o governo federal. Isso, são repasses que já vêm defasados há muitos anos. Então enquanto não houver um novo pacto federativo, que os deputados federais, senadores e principalmente o presidente da República olharem com mais carinho para os Municípios, infelizmente, a tendência é de que o povo sofra mais”, constatou o jovem prefeito. Ele disse que sua gestão tem gastado uma média de 21% da receita com a saúde.
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Da Agência CNM de Notícias