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13/07/2010
Dengue: aumento de casos preocupa gestores, principalmente, de PE
CNM
A quantidade de casos de Dengue registrados neste primeiro semestre do ano mantém em alerta os Municípios brasileiros. De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, são mais de 700 mil casos, em que 6.438 foram considerados graves com a presença de febre hemorrágica e complicações. A situação é critica. Pernambuco, por exemplo, é um dos Estados que obteve grande aumento de registro.
De acordo com matéria divulgada pelo jornal O Globo, são 426% a mais de notificações da forma clássica em relação ao ano anterior. E da forma hemorrágica o numero de ocorrências é 24 vezes maior que os registros do mesmo período de 2009. O texto Pernambuco: 400% a mais de casos de dengue destaca que o Estado computou 28.258 casos suspeitos da dengue clássica, até o início de julho, dos quais 4.243 foram confirmados após investigação epidemiológica e análise laboratorial.
A Secretária Estadual de Saúde não reconhece o aumento de registros como uma epidemia. A explicação é que em 2009 devido à ação ofensiva realizada em 2008 – por causa de aí sim uma epidemia do vírus na região – o Estado registrou uma redução significativa de casos. O que, segundo a Secretária, era esperado e é a normalidade.
Controle
Já a coordenadora técnica da Coordenação de Prevenção a Dengue e outras Endemias da Secretaria Estadual de Saúde, Silvania Alves, contou a Agência de Notícias CNM que a situação esta sob controle e na media do Estado. Ela afirmou que o controle nos domicílios é uma das ações desenvolvidas. Porém a maior preocupação é baixa participação popular para que os resultados sejam mais eficazes. “Falta uma conscientização da população”, disse Silvania ao relatar que a comunidade conhece os riscos e o que deve ser feito para controlar a ação mosquito transmissor.
Dos Municípios com maior incidência de casos, Quixaba foi o primeiro da lista. De acordo com o prefeito, José Pereira Nunes, a região é muito carente na área de Saneamento Básico. Ele também relatou que o fato de o Município passar até 22 dias sem água nas torneiras das casas, muitas famílias armazenam a água de forma incorreta e em qualquer vasilha, o que torna a região mais vulnerável.
Plantão
“Agora já reduziu bastante a quantidade de casos”, afirmou o prefeito. Mas, ele contou que por falta de Saneamento, a situação encontrada em alguns bairros era pior do que se imaginava. Nunes contou que prefeitura contratou profissionais de Saúde para plantão aos sábados e domingos, em função da quantidade de casos registrados.
A situação preocupa o prefeito também pelo gasto extra que teve que investir com a compra de medicamentos e transporte de pacientes, além da contratação de médicos. Ele explicou que normalmente os recursos repassados são insuficientes para suprir a demanda da sociedade.
Mobilização
Em relação à necessidade de regulamentação do financiamento da Saúde pública, bandeira levantada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) e pelo municipalismo brasileiro, Nunes disse que acompanha e apóia a causa. E que a aprovação do projeto que trata da Emenda 29 representa benefício direto para a população.
Para reivindicar que a Câmara dos Deputados coloque em votação a emenda que regulamenta o financiamento da Saúde, o presidente da CNM Paulo Ziulkoski e uma comitiva de prefeitos de todo País estão nesta terça reunidos no Congresso Nacional, em mobilização municipalista.