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10/06/2016
Debate sobre Fracking - processo usado para extrair gás de xisto – conta com a participação da CNM
Fracking – também conhecido como fraturamento hidráulico – é um processo usado para extrair gás da rocha de xisto que se encontra no subsolo. No Panará, especialmente em Toledo, manifestações contra esse tipo de exploração tem ocorrido deste 2014. Agora, para debater o assunto e pedir o apoio da Confederação Nacional de Municípios (CNM), a Prefeitura promoveu reunião nesta quinta-feira, 9 de junho, com a participação do consultor da Confederação, Joarez Henrichs.
De acordo com Henrichs, tanto a população quanto produtores locais e agentes públicos da região buscam impedir a autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para utilização da metodologia, pelo danos que a medida pode causar ao Meio Ambiente. Ao representar o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, o consultor da entidade constatou a participação das lideranças regionais e também de promotores de justiça no encontro.
“O pedido deles é para que a CNM auxilie os Munícipios que podem ter a exploração do gás de xisto, com fraturamento hidráulico, em cima de lençóis freáticos e regiões produtoras”, contou Henrichs. Segundo ele, são mais de 500 Municípios na mesma situação de Toledo, produtores de grãos e de alimentos. De acordo com o que foi mostrado na reunião, o sistema que já está sendo usado nos Estados Unidos e na Argentina, tem contaminado todos os lençóis de agua e não anulado a produção. Diante do desespero visto nessas localidades, o presidente da CNM deve estudar o assunto e buscar um meio de ajudá-los.
Impacto
Diversas entidades representativas participaram do encontro, e mencionaram que o método de produção de petróleo e gás natural, com recursos não convencionais, causará prejuízos ao Meio Ambiente. Isso, porque, usa produtos químicos injetados no solo que provocam explosões de rochas para liberar o gás. No final de 2013, a CNM noticiou que a ANP promoveu licitação para iniciar a exploração de gás de xisto nas bacias sedimentares do país, ignorando os alertas de riscos. Como de contaminação da água potável, de danos ao Meio Ambiente e o impacto na Saúde da população.
No Brasil, não há pesquisas sobre o fracking no Brasil que comprovem a inexistência perigo no método. Na região paranaense, por meio de um leilão ocorrido no ano passado, a ANP autorizou que a extração fosse promovida por um consórcio formado pela Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), as empresas Petra, Bayar e Tucumann. Mesmo com a divulgação de não vai iniciar o uso do fracking sem dialogar com todas as partes interessadas ou sem que as consequências ambientais sejam exaustivamente avaliadas, os participante do encontro querem medidas efetivas para proibir o procedimento para obtenção de gás não convencional.
Solicitação
“Eles pediram o apoio da CNM para que ajude a trabalhar um projeto de lei que venha proibir a exploração, principalmente em cima de lençóis freáticos e locais de produção”, contou Henrichs. Segundo ele, o assunto vai ser debatido já nesta próxima semana com a diretoria da entidade.
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