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04/02/2015
De 80 a 2012, aumentou 194,2% a taxa de mortalidade de jovens brasileiros, diz relatório entregue à ONU
No Brasil, os jovens tem sido uma das principais as vítimas de violência. Isso foi constatado pela Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente (Anced – Seção DCI Brasil), que monitora o encarceramento e o extermínio deste público. A taxa de homicídio entre a população de até 19 anos aumentou 194,2%, entre 1980 e 2012.
Essas informações foram apresentadas nesta quarta-feira, 4 de fevereiro, pela Anced, ao Comitê sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra. Um relatório oficial produzido pelo Estado brasileiro sobre o mesmo tema ainda deve ser entregue ao comitê. Só após a análise dos dois documentos é que a ONU se pronunciará.
O objetivo das associação é alertar as autoridades internacionais, pois a taxa de mortalidade, que era de 19,6 a cada grupo de mil jovens, agora é de 57,6. Pobres e negros são as principais vítimas. A taxa de mortes entre jovens brancos caiu 32,3%, enquanto dos negros subiu 32,4% no período citado.
Defesas da Associação
De acordo com a Anced, as políticas públicas e o orçamento existentes para combater o problema não são suficientes. Além disso, a sociedade tem dificuldade de reconhecer que adolescentes e jovens têm direitos, em especial aqueles em conflito com a lei.
O relatório chama a atenção para a superlotação das unidades do sistema socioeducativo. Entre 2010 e 2011, o número de jovens internos aumentou 10,69%. O Brasil tem 20.532 adolescentes nestas condições. O desamparo, falta de serviços essenciais, maus tratos, tortura e falta de atendimento à saúde também são problemas apontados pela Anced.
Agência CNM, com informações da EBC