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10/05/2013

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Contratar médicos cubanos não é a solução, diz Ziulkoski à Rádio Gaúcha

Rádio GaúchaO presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, participou de um debate sobre a vinda de médicos cubanos para trabalharem no interior do Brasil. Ziulkoski foi um dos convidados do Programa Polêmica da Rádio Gaúcha, na manhã desta sexta-feira, 10 de maio. Para o presidente, profissionais estrangeiros “não são a solução” para a saúde pública brasileira.

Paulo Ziulkoski iniciou a participação ao destacar que as prefeituras são as principais contratantes de médicos. São 130 mil ao todo. O presidente concorda que o problema não é a falta de profissionais e sim a distribuição deles. “Nossos números mostram que em 397 Municípios não há nenhum médico. Nós chegamos a pagar R$ 35, 40 mil. O problema não é a remuneração”, explica.

O governo federal anunciou que seis mil médicos formados em Cuba devem ser chamados para regiões “menos atraentes” no Brasil. Caso isso ocorra, quem vai contratá-los, questionou Ziulkoski. “A União? Ela não vai contratar. Vão empurrar para os Municípios mais uma vez e com que recursos vamos contratar?”, adverte.

Pref. Taborão da Serra (SP)Exemplos
Como o Programa é vinculado no Rio Grande do Sul, Paulo Ziulkoski citou números do Estado. “Aqui, onze Municípios concentram mais da metade dos profissionais do Estado”, informou.

Outro exemplo citado foi o de São Gonçalo, no Rio de Janeiro. “É o Município com maior déficit de médicos no país. Só lá faltam 150. E não é uma biboca [disse no sentido de que a cidade não é pequena]”.

Na opinião de Ziulkoski, a questão é mais ampla, é estrutural. “Só no Rio Grande do Sul, o Estado deixou de aplicar R$ 5 milhões em Saúde e os Municípios gastam 21% em média. Seis a mais do que os exigidos pela Constituição”. A CNM orienta que os prefeitos comecem a gastar menos - apenas os 15%. “Porque eles não administram só a Saúde”, alega.

Posição de entidades médicas
Lauro Quadros, apresentador do Polêmica, lembrou que as entidades médicas não contestam a vinda dos cubanos, ou médicos de qualquer outro país, apenas não aceitam o fato de não haver a revalidação dos diplomas. Também participaram do Programa a representante do Sindicato dos Médicos do RS, Maria Rita, e do Conselho Regional de Medicina, Rogério Aguiar.

Rádio GaúchaPara Rita, “a carência é no sistema público de saúde” e não na quantidade de profissionais. Segundo ela, a qualidade no atendimento de médicos estrangeiros é duvidosa e a formação em Cuba é para a baixa complexidade. “O Sistema carece de reestruturação”, considera.

Rogério Aguiar disse que a decisão do governo federal decepciona as entidades médicas. “O governo não está empenhado em corrigir as falhas. Corrigir as condições oferecidas as médicos no interior”, denuncia. Assim como entende a CNM, o CRM também acredita que ‘a União é omissa ao real problema”.

Opinião do público
A Rádio Gaúcha fez uma pesquisa de opinião com o público ao longo do Programa. Para 65% (2 a cada 3) dos participantes que responderam a enquete melhorar a qualidade de trabalho dos médicos brasileiros é a melhor opção. Os demais apoiam a contratação de estrangeiros.

No Brasil existem dois médicos para cada mil habitantes. Média aceita pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), o déficit é em áreas do interior, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. A preferência dos profissionais é para as cidades grandes e por isso, em Municípios do interior, os salários oferecidos são “exorbitantes”.

 


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