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17/05/2013
Conselho de Medicina pede esclarecimentos sobre a vinda de médicos cubanos ao Brasil
Depois de o governo federal ter assinalado que trará seis mil médicos cubanos para atuarem no interior e nas periferias de grandes Municípios brasileiros, o Conselho Federal de Medicina (CFM) entrou com uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR).
O CFM pediu nesta quinta-feira, 16 de maio, esclarecimentos aos ministros da Educação, Aloízio Mercadante, da Saúde, Alexandre Padilha, e de Relações Exteriores, Antônio Patriota. As três pastas se articulam para permitir o trabalho de médicos estrangeiros sem a revalidação do diploma.
Assim como a Confederação Nacional de Municípios (CNM), o Conselho defende que a vinda destes profissionais não assegura a qualidade no atendimento de cidadãos. O CFM argumenta que os médicos não são o problema da Saúde e sim os baixos investimentos e a estrutura precária de hospitais e postos.
Desrespeito ao cidadão, diz CFM
O presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila, afimou: “não admitimos uma medicina de segunda para os mais carentes. Até porque quem está no governo, quando adoece, vai para os hospitais de primeira linha e não se submete aos cuidados dos médicos importados aos lotes”.
De acordo com o Conselho, a medida do governo federal é um “desrespeito aos Direitos Humanos”. O CFM lembrou que em outras ocasiões, os médicos cubanos trabalharam na Venezuela e na Bolívia e depois acusaram esses países de trabalho escravo.
Roberto Luiz d’Avila aponta a criação de carreira de Estado para os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) – semelhante a de juízes e promotores - como uma solução para levar esses profissionais para o interior do Brasil. “Não faltam médicos, mas condições para que eles possam se fixar nos locais de difícil acesso”.
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