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10/05/2016
Com sala lotada, Arena sobre Judicialização da Saúde leva conhecimento e boas práticas aos gestores
Como vencer a judicialização da Saúde ainda em 2016 foi o primeiro debate da Arena Técnica, na programação paralela da XIX Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Na sala lotada, municipalistas aprenderam sobre os exemplos de boas práticas que diminuíram o número de casos em diversos Municípios.
A Arena começou com a participação do Secretário de Finanças do Município de Itú (SP), Walfrido Carotti que explicou a situação da prefeitura. “Cada dia mais temos mais casos de processos ligados a judicialização. Existem grandes problemas, complicados, mas pretendemos resolver tudo o quanto antes” declarou Carotti.
Em contrapartida, foi abordado o caso da prefeitura de Gravataí (RS). O prefeito Marco Alba contou que alguns anos atrás havia um aumento nos casos de judicialização e com isto, os recursos da prefeitura eram destinados aos poucos casos e não a população geral. Assim, foi realizado um projeto de parceria da gestão da Saúde Pública com a Defensoria Pública local. Esta ação compreendeu a organização do acesso dos cidadãos a medicamentos, internações, remoções, procedimentos cirúrgicos, consultas e demais atendimentos em saúde que, eventualmente, estavam buscando sua viabilização através da Defensoria Pública.
“Antes o cidadão procurava diretamente a Defensoria pois sabia que não ia ser atendido pela prefeitura, agora o padrão é outro. O cidadão primeiro busca solucionar seu problema na Secretaria de Saúde e conjuntamente com a Defensoria tenta achar uma solução” explica o gestor. Assim os ganhos são para todos com a ampliação de programas de atendimento e também com aumento da cooperação entre Defensoria e prefeitura.
O lado da Defensoria
Outro palestrante foi Rafael Pinheiro Machado, defensor público de Gravataí que explicou como aconteceu a sinergia entre prefeitura e Defensoria. “Tivemos que entender qual a sistemática da saúde do Município, assim identificamos a necessidade de cada cidadão e as áreas principais de atuação do Munícipio. Em seguida, fizemos o termo de cooperação com o Município” explicou Machado.
Após este estudo preliminar, foi verificado que a prefeitura sequer tinha conhecimento prévio dos casos judicializados. O trâmite era simples, a família procurava diretamente a Defensoria que entrava com a ação. Agora o procedimento é diferente. O interessado deve preencher um formulário, assim a prefeitura e a Secretaria de Saúde tomam conhecimento da situação pela via administrativa. Duas opções podem ser obtidas, ou o problema é solucionado ou realmente a via judicial é escolhida. “De 126 internações pelos Centros de Atenção Psicossocial (CPAS) apenas seis foram por ajuizamento. Temos um compromisso ético e somos parceiros das prefeituras” enfatizou o defensor.
Conselho de Farmácia
Outro ponto abordado foi em relação ao apoio que os Conselhos de Farmácia podem fornecer às prefeituras. “Conhecemos as realidades dos pequenos e grandes Municípios e sabemos que praticamente 80% das ações são focadas na distribuição de medicamentos” avisa Everton Borges, do Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul.
Apoio da Confederação
Os técnicos da área de Saúde finalizaram a Arena chamando a atenção para o papel da Confederação Nacional de Municípios (CNM). A área irá publicar nesta sexta-feira, 13 de maio, um trabalho sobre a judicialização na área de saúde. Nela existe a explicação sobre o papel das defensorias, e apresenta quais possuem um núcleo de saúde, também estão detalhados os mecanismos de como formar um comitê reunindo defensoria, juízes, Ministério Público, gestores públicos.
Durante a XIX Marcha também será realizada uma plenária na quarta-feira, 11 de maio, sobre Soluções para a judicialização em outras áreas.