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08/05/2019
Com campanha Interiorização + Humana, CNM pretende sensibilizar e orientar acolhida aos venezuelanos
O maior deslocamento populacional da história recente da América Latina e do Caribe ocorre desde 2016 entre a Venezuela e os países vizinhos. Fugindo de condições sociais e econômicas deteriorantes e da falta de perspectiva, 3,7 milhões de venezuelanos deixaram suas famílias, casas e empregos em busca de novas oportunidades.
Apesar de não ser o destino mais procurado entre os vizinhos pela diferença no idioma, de acordo com o governo federal, o Brasil recebeu mais de 200 mil pessoasdesde 2017. Dos que cruzaram a fronteira, metade já teria deixado o país. Aproximadamente 85 mil solicitaram refúgio e outros 40 mil receberam vistos de residência temporária.
Os dados do Alto Comissionado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e da Organização Internacional para as Migrações (OIM) alertam para um cenário que exige atuação conjunta entre os governos federal, estaduais e municipais, em parceria com organizações internacionais e do terceiro setor, além da sociedade civil.
Sensibilização
Por trás dos números, alarmantes por si só, há uma realidade cruel, a da vulnerabilidade social e da falta de planejamento – por parte de quem chega e de quem acolhe. Muitos passaram por uma verdadeira peregrinação para sair da Venezuela, em alguns casos, a pé e em meios de transporte clandestinos. E o estabelecimento, temporário ou definitivo, em uma nova cidade nem sempre corresponde às expectativas de recomeço.
Neste cenário, a interiorização apresenta-se como alternativa para deslocar os migrantes concentrados em um Município ou Estado – no caso brasileiro, em Pacaraima e Boa Vista, em Roraima – e ofertar oportunidade de residência, emprego e ressocialização em outra localidade. Com o objetivo de sensibilizar os diversos atores envolvidos na crise migratória e orientar os gestores sobre esse processo, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) lança a campanha Interiorização + Humana.
Nesta e na próxima semana, serão divulgados no site e nas redes sociais materiais de sensibilização aos gestores locais e a população para a situação dos venezuelanos e de Roraima. Além de esclarecimentos e orientações sobre a adesão à interiorização de uma forma humana, ou seja, promovendo uma acolhida das famílias com respeito às diferenças socioculturais e especial atenção às crianças, adolescentes e idosos, que precisam sair da situação de extrema vulnerabilidade.
“A nossa resposta a essa crise é humanitária. É uma questão de humanidade nos mobilizarmos para não dar as costas, mas sim acolher essas pessoas. São famílias que precisam apenas de uma chance para recomeçar e elas também contribuem para o desenvolvimento do Município. A nossa missão é melhorar o Brasil, e isso passa pela vida das pessoas, incluindo os migrantes”, explica o presidente da CNM, Glademir Aroldi.
Confira vídeo de sensibilização:
Por Amanda Maia
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