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28/02/2020
CNM reforça: ações simples podem prevenir a disseminação do coronavírus no Brasil
Medidas simples, como a higienização das mãos, podem prevenir a disseminação do coronavírus, e por isso, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) recomenda os gestores municipais a pautarem os principais cuidados com a população. Recentemente identificado na China, o novo coronavírus, que recebeu o nome de Sars-CoV-2, teve o primeiro caso confirmado no Brasil no dia 26 de fevereiro, em São Paulo (SP).
Novos estudos e pesquisas sobre a doença (Covid-19) estão em andamento, assim como o comportamento do vírus no Brasil e em países tropicais tem sido analisado pelo Ministério da Saúde (MS). A intenção é saber mais sobre as reações do vírus para se elaborar planos de ação adequados ao país. No entanto, já se sabe que a transmissão ocorre por vias respiratórias, contato físico ou por meio de superfícies contaminadas.
Além de motivar ações de conscientização e prevenção com a comunidade, a CNM alerta para outro problema que pode causar impacto, as chamadas Fake News – notícias falsas – espalhadas principalmente pelas redes sociais. Assim, o trabalho deve ser feito a partir de informações oficiais, lembrando que a chefe da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Socorro Gross, afirma não haver motivo para pânico.
Atenção
A capacidade de propagação da doença é considerada rápida, o que exige maior atenção para a notificação, a confirmação e a intervenção oportuna dos casos. As crianças são mais propensas a infecção, e isso torna a identificação dos sintomas um dos fatores mais importantes. São eles: respiratórios, febre, tosse e dificuldade para respirar, que pode se agravar se não tomadas as medidas necessárias; infecções nas vias respiratórias e complicações como pneumonia e infecções mais agressivas, que podem levar a óbito.
Os cuidados básicos para reduzir o risco de contrair ou transmitir coronavírus, recomendados pelo Ministério da Saúde (MS), podem ser facilmente adotados. Dentre eles:
- lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os cinco momentos de higienização;
- se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
- evitar contato próximo com pessoas doentes;
- se manter em casa se estiver doente;
- cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo; e
- limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
Origem
A coronaviridae é uma ampla família que provoca outras doenças como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers). Contudo, ela é conhecida desde 1960 e, até o momento, se confirmou sete vírus que infectam humanos, com o novo agente do coronavírus (Sars-CoV-2), detectado no país mais populoso da Ásia Oriental, em dezembro de 2019.
A história registra que os primeiros vírus foram isolados em 1937, pela primeira vez. No entanto, só em 1965, o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa. A maioria se infecta com os coronavírus comuns, que são o alpha coronavírus 229E e NL63; beta coronavírus OC43 e HKU1; Sars-CoV, e novo Mers-CoV. Saiba mais sobre o coronavírus aqui.
Incubação
De acordo com o MS, o período de incubação é um fator importante, uma vez que estudos apontam que o vírus pode ficar incubado no período de até duas semanas após o contato com o vírus. O período médio de incubação é de cinco dias, com intervalo que pode chegar até a 12 dias. A transmissibilidade dos pacientes infectados por Sars-CoV é de 7 dias, em média, após o início dos sintomas.
Dados preliminares do Covid-19 indicam transmissão, mesmo sem a manifestação dos sintomas. Até o momento, não há informação suficiente que defina quantos dias anteriores ao início dos sinais e sintomas uma pessoa infectada passa a transmitir o vírus. Assim, a recomendação principal é para que, em caso de contato com pessoas de países com elevado números de casos ou regiões com notificação confirmada da doença, se monitore o aparecimento dos sintomas e se procure atendimento médico.
Para os profissionais de saúde, a medidas de precaução são os padrões – usar máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção. O uso de uso de máscara de proteção deve ser adotado durante procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro. Também é importante observar e substituir a máscara de acordo com o período de proteção recomendado pelo fabricante.
Rede de diagnóstico laboratorial
Para a confirmação de um caso suspeito, a equipe de saúde local deve levar em consideração esses períodos e assim solicitar exames de diagnóstico laboratorial para identificação do Sars-CoV-2, esse procedimento é realizado por meio das técnicas de RT-PCR em tempo real e sequenciamento parcial ou total do genoma viral. O exame é realizado nos Centros Nacionais de Influenza – National Influenza Center (NIC) – referências para os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen).
O envio de amostras laboratoriais dos casos da doença deve ser cadastrado no Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) e enviadas ao LACEN acompanhadas da ficha do GAL e de uma cópia do formulário Redcap. Para os serviços que não possuem GAL, orienta-se encaminhar as amostras ao LACEN acompanhadas da solicitação médica e de uma cópia do formulário Redcap. Neste aspecto, o gestor municipal deve saber sobre período de incubação, assim como a equipe saúde precisa conhecer o potencial de transmissão pelos assintomáticos e a movimentação de pessoas em locais com casos diagnosticados.
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Da Agência CNM de Notícias, com informações do MS, da EBC e do Portal G1
Fotos: EBC, Freepik e CNM