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18/05/2015

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CNM considera legítima paralisação de servidores do Suas; atraso de recursos prejudica o setor

IpeaO governo federal tem atrasado significativamente os subfinanciados dos programas do setor de Assitência Social. E, de acordo com alerta da Confederação Nacional de Municípios (CNM), comprometer estes repasses prejudica e interrompe o processo de reconstituição familiar, o fortalecimento de vínculos, a prevenção à situações de violência, entre outros serviços prestados pela área em âmbito municipal.

A CNM tem buscado, desde o início do ano, respostas aos atrasos. O Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) foi procurado tanto por meio eletrônico quanto por ofício. A entidade quer ao menos uma explicação a ser repassada aos gestores municipais. O Colegiado Nacional de Gestores Municipais da Assistência Social (Congemas) se posicionou em relação aos atrasos e reforçou o trabalho da Condeferação.

Para a CNM, a União deve atentar-se que, mesmo sem recursos federais, os Municípios são cobrados no cumprimento das responsabilidades socioassistenciais. Os governos municipais têm obrigações, como por exemplo, o preenchimento do Demonstrativo Sintético Anual da Execução Físico-Financeira e o Plano de Ação da Assistência Social. Os dois são cobrados e caso o ente municipal não os cumpra terão recursos suspensos.

Revisão do CádÚnico
Outra importante ação em curso é a atualização e revisão cadastral dos inscritos no Cadastro Único (CádÚnico) e beneficiários do Programa Bolsa Família. Para essa tarefa, os Municípios deveriam receber verba do Índice de Gestão Descentralizada (IGD).

Essa atualização e revisão carecem de um esforço e investimento financeiro considerável, destaca a CNM. É preciso dispor de pessoal para busca ativa das famílias com informações desencontradas no sistema, o que requer recurso para dar condições de trabalho a esses profissionais, como carro, combustível, alimentação.

Na avaliação da CNM, as manifestações e paralisações dos trabalhadores do Sistema Único de Assitência Social (Suas), que ocorrem nos últimos dias, são legítimas. Elas aproximam a população da gestão e oferta dos serviços e programas, além de mostrarem aos cidadãos a estrutura de responsabilidades dos entes federados na gestão de uma política pública. Essas paralisações ainda contribuem para fazer com que a população participe do processo.

Preocupações
Enquanto os atrasos persistem, estão em prejuízo a oferta de programas como: serviço convivência e fortalecimento de vínculos que atende crianças, jovens e idosos em situação de risco e vulnerabilidade social; Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif); Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi); e Programa de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho.

A CNM lembra que todos estes projetos visam atender e garantir acesso à direitos de populações como mulheres vítimas de violência doméstica; crianças e adolescentes abusadas e exploradas sexualmente; as crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil; os idosos abandonados pelas famílias e as pessoas em situação de rua.

 

 

 

 


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