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21/11/2016
Chikungunya: 2 de cada 5 Municípios brasileiros têm casos da doença
Neste ano a chikungunya já provocou 138 mortes. Segundo dados do Ministério da Saúde, a doença já está presente em dois de cada cinco Municípios brasileiros. Se o verão de 2014/2015 foi marcado por uma epidemia recorde de dengue no País e o de 2015/2016 causou pânico pela descoberta da relação do vírus zika com a ocorrência de microcefalia, a estação de 2016/2017 deverá, segundo especialistas, registrar uma explosão de casos de chikungunya se a circulação do vírus seguir a mesma tendência observada neste ano.
O número de notificações da doença passou de 38,3 mil, em 2015, para 251 mil em 2016. No ano passado, 696 cidades brasileiras foram atingidas pela chikungunya. Em 2016, já são 2.281 municípios. Pelo menos sete Estados brasileiros já registram índices epidêmicos do problema – mais de 300 casos por 100 mil habitantes –, todos no Nordeste.
“Eu diria que 2016 já é o ano em que a chikungunya está muito preocupante e, apesar disso, ainda temos muita falta de informação”, diz o infectologista Rivaldo Venâncio, diretor da Fiocruz Mato Grosso do Sul.
Auxílio-doença
Além das mortes, dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) já mostram outro impacto da chikungunya no país: o afastamento de trabalhadores devido às fortes dores crônicas que provoca.
Neste ano, o órgão do Ministério de Desenvolvimento Social já registra ao menos 941 concessões de auxílio-doença devido à enfermidade.
O número, no entanto, pode abranger mais de um pedido por pessoa, uma vez que o benefício é concedido temporariamente e pode ser renovado, conforme avaliação da perícia médica. Do total de benefícios concedidos em 2016, 115 ainda estão ativos, segundo o INSS. O órgão não informou o total de solicitações.
Trata-se de um benefício previsto para segurados do INSS acometidos por doença ou acidente e incapazes de continuar o trabalho. O valor corresponde a 91% da média de 80% das contribuições ao INSS -se essa média for de R$ 2.000, por exemplo, o benefício será de R$ 1.820.
Apesar do aumento nas concessões, os registros de auxílio-doença por chikungunya ainda são recentes - dados do INSS mostram maior avanço entre março e agosto, meses típicos de epidemia. Por vezes, o quadro também é confundido com outros problemas osteomusculares.
Combate ao mosquito
O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que o aumento de casos era previsto, uma vez que a doença é recente e, por isso, há mais pessoas suscetíveis. A pasta diz ainda que tem se preparado para o próximo verão, intensificando as ações de prevenção e combate ao mosquito, com medidas como mobilizações nacionais para coleta de pneus e conscientização da população sobre a importância da continuidade das ações de combate ao mosquito.
Agência CNM, com informações do Estadão e Folha de São Paulo