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03/11/2017
Brasil fica em 90º lugar em ranking sobre desigualdade de gênero; CNM reforça importância do MMM
Em apenas um ano, o Brasil caiu 11 posições – ficando em 90º – no ranking do Relatório de Desigualdade Global de Gênero 2017, divulgado nesta quinta-feira, 2 de novembro. Depois de uma década de progresso lento, mas contínuo, em direção à igualdade de gênero, pela primeira vez o Fórum Econômico Mundial constatou aumento das disparidades entre homens e mulheres no planeta.
De acordo com o relatório, essa queda acentuada no Brasil é consequência da queda da participação feminina na política. Em relação à primeira edição da pesquisa, em 2006, a queda brasileira foi de 23 posições.
O retrocesso do Brasil o colocou em sua pior situação desde 2011, apesar de modestos avanços do país no quesito de participação econômica. Porém, apesar da piora na classificação, o relatório destaca que o Brasil resolveu suas diferenças de gênero na área de educação.
No mundo
O estudo indica que 68% da desigualdade de gênero no planeta foi combatida, contra 68,3% em 2016, e 68,1% em 2015. Todos os quatro pilares do relatório apresentaram piora na comparação entre homens e mulheres: acesso à educação, saúde e sobrevivência, oportunidade econômica e empoderamento político. Até o ano passado, os dois últimos itens vinham apresentando evoluções.
Pelo cálculo atual, seriam necessários cem anos para acabar com a desigualdade de gênero em todo o mundo. No ano passado, a previsão era de 83 anos. A pior situação é a do mercado de trabalho, em que a organização estima que são necessários 217 anos para acabar com a desigualdade, mesmo com mais da metade dos 144 países pesquisados, tendo melhorado no item nos últimos 12 meses.
Bem classificados
O país mais bem colocado no índice geral foi a Islândia, que resolveu 88% da desigualdade de gênero e permanece no topo da lista há nove anos. Em seguida vêm Noruega, Finlândia, Ruanda e Suécia. O país mais bem classificado da América Latina é a Nicarágua, em sexto lugar, seguida pela Bolívia, em 17º.
O relatório indica que, se a lacuna de gênero na área econômica em todo o mundo fosse reduzida a 25% até 2025, haveria um acréscimo de US$ 5,3 trilhões ao Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos) global.
MMM
Preocupada com essa situação, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) lançou na XX Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, em maio deste ano, o Movimento Mulheres Municipalistas (MMM). Idealizado pela primeira-dama do movimento municipalista, Tânia Ziulkoski, e pela fundadora da CNM, Dalva Christofoletti, a iniciativa reforça a importância de as mulheres serem mais ativas na política do país.
Durante o lançamento do MMM, Tânia lembrou que apenas 12% dos gestores municipais são mulheres. Dos 5.568 Municípios, apenas 2.963 tem a maioria do eleitorado composto por mulher. Além disso, somente 24 assembleias legislativas municipais tem maioria feminina. Por outro lado, 1.286 Municípios possuem assembleias compostas só por homens. “Em primeiro lugar, temos que convocar mulheres a participar da vida política do país. Estamos começando uma caminhada”, convocou a líder feminina.
“A desigualdade de gênero foi construída culturalmente em diversos espaços sociais e contextos históricos, tendo como premissa a dominação masculina sobre as mulheres tanto em espaços institucionais, domésticos ou no trabalho. Então eu acho que a busca por essa igualdade é um desafio tanto dos governos, em todos os seus níveis, como na sociedade em geral”, afirmou Tânia.
A sede do MMM fica em Brasília, junto à sede da Confederação, que tem 49% da sua equipe técnica formada por mulheres.
Com informações da Agência Brasil