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17/03/2017
Brasil contrata mais do que demite pela primeira vez em dois anos
Fevereiro registrou marca que não se viu nos últimos dois anos no país: o número de contratados com carteira assinada foi maior do que o de demitidos. O setor de serviços foi o que mais gerou vagas em fevereiro: 50.613. A administração pública, a agropecuária e a indústria de transformação também tiveram desempenhos positivos. O comércio e a construção civil fecharam vagas.
Em todo o país, o saldo foi positivo, o que não acontecia desde março de 2015. Foram 35.612 vagas. De abril de 2015 a janeiro deste ano foram quase 3 milhões de desempregados. O professor Samuel Pessoa, da Fundação Getúlio Vargas, considera os números um bom sinal, mas alerta: a recuperação do mercado de trabalho vai ser lenta.
“Pro mesmo mês de fevereiro do ano passado houve uma destruição de empregos formais de 104 mil. Esse mês, 35 mil positivo. Então, é um resultado positivo, emprego voltando. A gente acha que essa recuperação da economia lenta é sustentável”, afirma o pesquisador.
Desemprego e queda no padrão de vida
Quatro em cada dez desempregados têm recorrido a trabalhos temporários ou à ajuda de conhecidos para pagar as contas, segundo o Indicador de Confiança do Consumidor (ICC), medido pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).
A pesquisa revela que 73% dos desempregados tiveram queda no padrão de vida após perderem o emprego. O custo de vida é o que mais pesa para a maioria e 47% afirmam ter pelo menos uma pessoa da família desempregada em casa.
Saque do FGTS
O Ministério do Trabalho tem recebido cem denúncias por dia de pessoas que não encontraram nada nas contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) apesar de terem direito ao saque. Desde que o governo anunciou a liberação do saque das contas inativas do FGTS, foram denunciadas 5.341 irregularidades que os patrões cometeram nos depósitos.
Segundo a Procuradoria-Geral da Fazenda, entre contas inativas e ativas 200 mil empresas no país devem o FGTS a 7 milhões de trabalhadores. Se o dinheiro não estiver na conta, o trabalhador precisa cobrar da empresa. Se o antigo patrão não depositar, o caminho é buscar a Justiça. No entanto, só é possível recorrer até dois anos após o fim do contrato de trabalho. Depois disso, não tem mais jeito.
Agência CNM com informações da Agência Brasil