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25/05/2011

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Barragens subterrâneas podem beneficiar Municípios do Semiárido

CNM

Os últimos dados da Agência Nacional de Águas (ANA) revelam que mais de três mil Municípios brasileiros terão problemas com recursos hídricos até 2025, caso não invistam no setor. O semiárido brasileiro, que sofre com a irregularidade de chuvas, estiagem e lavouras prejudicadas pela falta de água, tenta contornar o problema investindo na implantação de sistemas de armanezamento de água. A região também possui um dos maiores índices de evaporação do Brasil, o que torna reservatórios rasos inúteis em época de seca.

As barragens subterrâneas, que tem se apresentando como a melhor forma de estocagem de água para o Semiárido são inovações eficientes. A nova tecnologia garante aproveitamento da água das chuvas e a sustentabilidade da agricultura familiar e pode ser construída ao longo de leitos de rios ou riachos e em locais onde escorre o maior volume.

Para implantar o sistema é necessário construir uma parede que pode ser de alvenaria ou lona, embaixo da terra para impedir o escoamento. A barreira artificial faz com que o terreno permaneça úmido no período de três a cinco meses após a época chuvosa, o que permite a plantação de culturas de subsistência, como grãos e hortaliças, e reduz os efeitos negativos dos períodos de seca.

Região seca
O Semiárido brasileiro se estende por 975 mil quilômetros quadrados e compreende 1.133 Municípios de nove Estados do Brasil: Alagoas, os sertões da Bahia e Sergipe, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Nessa região, vivem 22 milhões de pessoas, em que oito milhões destas estão na zona rural.

O programa Uma Terra e Duas Águas, desenvolvido pela Articulação para o Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), já implantou mais de mil barragens na região. O objetivo é ajudar as famílias a produzirem alimentos, a tratar água para consumo humano e para a criação de animais. Além das barragens, o programa também desenvolve outras tecnologias que visam à sustentabilidade do Semiárido, como a construção de cisternas e de poços.

O prefeito de Caém (BA), Gilberto Ferreira,  explica que o método  funciona e tem surtido efeito na região. “Implantamos oito barragens na região agrícola direcionada para consumo de animais, pequenas plantações e hortaliças”. 

O prefeito relata à Agência CNM  que a época de seca ocorre de agosto a dezembro e dificulta a agricultura e pecuária, principais economias do Município de 10 mil habitantes. Ele conta que com o sistema de barragens, mais de 60 familias são beneficiadas e a prefeitura pretende implantar mais de 50 cisternas no próximo mês para complementar o armazenamento de água. “Nós cadastramos as pessoas interessadas em ter uma cisterna ou a barragem e construímos  com a ajuda de Associações municipais e acordos com o governo do Estado”, conta Gilberto.

Os Municípios de  Miguel Calmon e Jacobina (BA), também implantaram o sistema.

 

 

 


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