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21/01/2013
Atendimento prolongado do SUS deve sofrer modificações
O Ministério da Saúde pretende melhorar o atendimento prolongado a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), mas gestores temem ter que arcar com mais um projeto subfinanciado. O investimento deve ser aplicado para colocar em funcionamento as Unidades de Internação em Cuidados Prolongados (UCP) e Hospitais Especializados em Cuidados Prolongados (HCP), destinados ao acompanhamento de pacientes com quadro clínico estável, mas que necessitam de permanecer internados por mais tempo.
O objetivo é estimular a rápida recuperação e a humanização do atendimento. Nesses espaços serão atendidos, por exemplo, pessoas vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumas (agressões, quedas, acidentes), úlceras e portadores de sonda.
O Ministério da Saúde assegura que os Municípios vão receber os recursos para o credenciamento de unidades de saúde que decidam instalar unidades de cuidados prolongados. Atualmente estão pactuados, nos Planos de Ação Regional da Rede de Atenção às Urgências e Emergências, 1.355 leitos de cuidados prolongados. O impacto financeiro é de R$ 13,5 milhões em investimento, além de R$ 75,6 milhões para o custeio/ano, totalizando recursos da ordem de R$ 89,1 milhões.
O presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski alerta aos gestores que os valores repassados para os hospitais ou unidades de saúde devem cobrir as despesas. “Os novos gestores precisam ter cautela quanto a este tipo de investimento, para que o Município não fique endividado”, aconselha.
A atenção básica também estará, indiretamente, vinculada a essa iniciativa. As Unidades de Atendimento (UCP) ou os Hospitais Especializados para Cuidados Prolongados (HCP) - modalidades de implementação da iniciativa - deverão oferecer serviços e cuidados intermediários entre o atendimento realizado no hospital quando o paciente chega à unidade e o acompanhamento domiciliar realizado pelas equipes do Melhor em Casa - atenção domiciliar - e da Atenção Básica.
Para Ziulkoski, o projeto é importante mas, como vários outros projetos do governo, esbarra na realidade dos Municípios que terão dificuldades em montar e manter equipes para atividades complexas e podem se endividar para manter o projeto. “As equipes devem ser formadas por médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, assistente social, fisioterapeuta, psicólogo e fonoaudiólogo”. A pergunta é como o gestor vai conseguir todos esses profissionais, se em muitos Municípios existem problemas para contratar um médico somente. Cabe ressaltar que essa iniciativa está prevista principalmente para os Municípios de média e alta complexidade.