Aroldi participa de reunião da Amunes e aconselha manutenção das medidas preventivas

Reunião da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), à distância, com os prefeitos e o governador do Estado, Renato Casagrande, ocorreu entre o final da manhã e o início da tarde desta sexta-feira, 27 de março. A videoconferência contou com a participação do presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, e foi convocada para debater a situação dos governos locais diante da pressão para flexibilizar as medidas de enfrentamento ao Coronavírus (Covid-19).

Carreatas organizadas por um grupo de empreendedores pedem o cancelamento imediato dos decretos de isolamento social para contenção da pandemia. Ao iniciar a reunião, o presidente da Amunes, Gilson Daniel, explicou as manifestações ocorridas e previstas. Ele agradeceu o apoio dado pela CNM, e pediu ao presidente da entidade que se pronunciasse sobre qual o melhor estratégia a ser adotada no momento.

"Isso é muito perigoso. Acho que deve ser mantido o isolamento social e, nas devidas proporções, sejam mantidos os serviços essenciais", disse o presidente da CNM sobre as manifestações para que as atividades voltem ao normal. Ele explica que o discurso do presidente da República, Jair Bolsonaro, causa dúvidas e instabilidade, mas o ideal é segurar as medidas preventivas por mais alguns dias.

Pleitos
“Se for possível manter as ações por mais tempo, seria o mais seguro, diante do que se observa em outros países”, recomenda Aroldi. Ele aproveitou o espaço para mencionar as ações promovidas pela CNM, tanto institucionais quanto em contato com os parlamentares e com o governo federal. "Nós apresentamos 17 reivindicações e estamos acrescentando mais cinco", contou.

O líder municipalista mencionou alguns dos pleitos já atendidos pelo governo, e reforçou as bandeiras que aguardam deliberação e as novas necessidades, constatadas recentemente. "O Bolsa Família também foi uma solicitação nossa, e incluiu 1 milhão de famílias. Serão R$ 3,2 milhões a mais”, lembrou Aroldi ao falar sobre a importância da distribuição de renda para garantir sobrevivência às famílias carentes.

Aroldi também falou das ações mais recentes para viabilizar a distribuição de cestas básicas e reforçou o pedido de suspensão da dívida previdenciária dos Regimes Próprios de Previdência (RPPS) e da contribuição patronal até o final do decreto, que vai até dezembro. A pedido o presidente da Amunes, Aroldi falou da inviabilidade de se manter o processo de eleição municipal 2020.

Defesa
"Não estamos nos aproveitando da situação, mas não vejo como realizar as eleições”, reforçou ao lembra que o Brasil é um país pobre se unificar as eleições, o fundo pode ser usado para ações emergenciais, além de promover economia de verba pública. Os esforços empenhados, pela equipe CNM, para manter os gestores informados também ganhou destaque na fala do presidente da entidade.

No mesmo entendimento, o governador capixaba, Renato Casagrande, disse que o pronunciamento do presidente da República menospreza a pandemia e, que ele torce para que a pandemia, realmente, não promova casos fatais no Estado. Ao participar da reunião, Casagrande parabenizou os prefeitos e a CNM pelas ações promovidas em defesa da população. Espírito Santo registra 39 casos confirmados do novo coronavírus, mas o número deve chegar a 100, nos próximos dias.

Estratégia
O governador também relatou as experiências de outros países e mencionou as medidas adotadas pelo governo do estadual, inclusive de apoio às famílias carentes. Ele defendeu o isolamento social como estratégia de combate ao vírus até que se observe como manifestará no Estado. O secretário de saúde estadual, Jayme Santos Neves, também recomendou a manutenção das medidas restritivas por mais 15 dia, pelo menos, para salvar vidas.

O secretário contou das medidas adotadas pelo governo estadual e falou na previsão de aumentar os exames para identificar novos casos. Representantes da Federação das Indústrias e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do ES também participaram da reunião on-line, que teve mais de 135 presentes. De modo geral, os prefeitos concordam e agradem as orientações.

Retorno
Ao final da reunião, o presidente Aroldi respondeu as sugestões apresentadas pelos prefeitos, de maior envio de vacinas para evitar aglomerações e de alteração do prazo da agenda eleitoral. Sobre os precatórios, o presidente da CNM comentou sobre o pedido ao Ministério da Economia de abertura de linha de crédito para pagamento dos precatórios, por parte da operadoras de crédito.

"O governo precisa atender o que está estabelecido na emenda constitucional. Nós vamos conseguir quitar os débitos, as pessoas vão receber e esse dinheiro entra na economia". Ele se refere a EC 99/2017 que fixou 31 de dezembro de 2024 para quitar os precatórios e estabeleceu a criação de linhas de crédito especiais para isso.

Por Raquel Montalvão
Foto: Amunes
Da Agência CNM de Notícias