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02/06/2020
Aroldi e prefeitos rondonienses reforçam inviabilidade de realizar eleições neste ano em live com parlamentares
A possibilidade de adiamento das eleições municipais por conta do risco de proliferação da Covid-19 esteve em destaque em mais uma reunião do movimento municipalista. Por meio de videoconferência, o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM) intensificou com o presidente da Associação Rondoniense de Municípios (Arom), Cláudio Theobroma, com gestores e parlamentares do Estado a inviabilidade de realização do pleito em outubro deste ano. Deputados que participaram da videoconferência manifestaram apoio à postergação do pleito neste ano.
Razões de saúde pública e os reflexos econômicos do atual cenário são alguns dos pontos levantados pelo movimento municipalista para justificar o adiamento. Na questão sanitária, Aroldi lembrou que o processo eleitoral envolve direta e indiretamente milhões de pessoas de todas as regiões do país e a manutenção do calendário do pleito pode representar um risco enorme de aumentar a disseminação do novo coronavírus por conta das aglomerações.
“Teríamos milhões de eleitores, mesários e milhares de candidatos. É um risco enorme ter tanta gente trabalhando e atuando na eleição. Sem contar que nem todas essas pessoas terão acesso aos equipamentos de proteção individual. Isso nos preocupa muito. Muitos especialistas em saúde estão falando em uma segunda onda do coronavírus, que seria mais grave do que a primeira. E o Brasil não chegou ainda à primeira onda. Uma eleição até o final do ano, provavelmente, ajudaria a ser responsável por essa segunda onda”, disse o líder municipalista.
Aroldi também lembrou que o fator econômico, agravado ainda mais com a pandemia, inviabiliza o pleito deste ano. “O Brasil numa situação normal não tem condições de bancar o custo alto da eleição em uma situação normal. Imagine em uma situação de pandemia como a que estamos vivendo neste momento”, reforçou.
Eleições virtuais
Cogitada nos últimos dias, a realização do processo de escolha de prefeitos e de vereadores por meio virtual foi rechaçada pelo presidente da CNM. Ele explicou que não existe estrutura em todas as cidades do país para realizar o pleito por meio dessa modalidade, o que comprometeria a democracia.“Nós não podemos concordar com quem defende eleições virtuais no Brasil. O país tem mais de mil Municípios que não têm sinal de internet e tantos outros sem esse serviço adequado ou muito ruim. Isso acontece em todas as regiões. Propor uma eleição virtual é estar desconectado com a realidade. O pleito estaria comprometido”, considerou.
Por fim, o presidente da CNM pediu a ampliação do debate sobre o tema. “É necessária uma avaliação com muita profundidade e muito respeito a todas as posições. Agora será instalada uma comissão mista no Congresso para trabalhar essa pauta que é preocupante para todos os gestores de todo o país”, reforçou. O presidente da Arom endossou o entendimento da Confederação. “É muito preocupante e fica muito difícil discutir a eleição em 2020. Não existem condições”, disse Cláudio Theobroma.
Deputados apoiam
Parlamentares que participaram da videoconferência apoiaram o adiamento das eleições por conta da crise sanitária. O deputado Léo Moraes entendeu que o processo eleitoral envolve contato presencial, inclusive antes do dia da votação. ”Nós sabemos que campanha eleitoral é apresentação de propostas fisicamente. Sou defensor do adiamento das eleições. Inclusive apresentei uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC)”, destacou.
Outro favorável ao adiamento foi o deputado Expedito Netto. ”Eu sou favor que se estenda, no mínimo, para o ano que vem e longe dessa dificuldade que estamos vivendo. Ser prefeito nesse momento é ser herói. Parabéns pelo trabalho que vocês estão fazendo”, elogiou o parlamentar. “O foco é o coronavírus e pensar em eleições neste ano é inviável. Eu sou a favor de não haver eleições neste ano. Não há clima e nem sentimento”, complementou a deputada Mariana Carvalho. O deputado Coronel Chrisóstomo foi outro que demonstrou sensibilidade à causa municipalista. “Temos uma PEC para adiar e unificar as eleições. Não há condições de realizar o pleito neste ano. E o Congresso precisa pensar nisso”, defendeu.
Por: Allan Oliveira
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