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16/05/2016
Arena sobre Mulheres Líderes lota a sala e encerra a programação paralela da Marcha
A última Arena na XIX Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios ocorreu nesta quinta-feira, 12 de maio. O assunto levou muitas prefeitas, vice-prefeitas, vereadoras, secretárias municipais e primeiras-damas a lotarem a sala para conhecerem mais sobre os projetos e especialistas sobre o tema. O objetivo principal foi discutir mecanismos concretos para o aumento da participação das mulheres na política e na vida pública já que o Brasil é último lugar de representatividade feminina na América Latina.
A representante da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres, Eunice Borges, explicou que a ONU apoia as mulheres a terem mais posição de poder. “Um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [ODS] é a igualdade de gênero. A nossa campanha é que em 2030 tenhamos um planeta 50/50” explica Eunice. Ela também comentou que esperava que o Brasil consiga aumentar os índices de participação que são os mais baixos da região da América Latina.
Thierry Dudermel, chefe de Cooperação da Delegação da União Europeia (UE), espera que a participação da mulher aumente em todas as áreas, incluindo na política. “É um esforço conjunto para uma sociedade mais inclusiva, por isso apoiamos projetos contra a violência da mulher e fortalecendo as lideranças locais” explicou Dudermel.
Mulheres líderes
Já prefeita de Cardeal da Silva (BA) e presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Maria Quitéria mostrou que existe sim um aumento na participação das mulheres na política. Segundo ela, alguns anos atrás haviam 20 prefeitas em seu Estado, agora já são 67. “A gente sabe que é capaz, só precisamos querer. A gente tem o dever e a obrigação, somos o sexo forte para garantir o nosso sustento. Parem de falar de beleza e falem de trabalho” desabafa a prefeita.
“Feminino e masculino não existe quando estamos falando em capacidade, no nosso caso a gente tem que matar três leões por dia. O primeiro do estereotipo que nós mesmo mulheres criamos, o outro leão para mostrarmos a nossa capacidade, e o leão de nosso papel neste momento dentro dos nossos Municípios, dentro da sociedade”. Foi assim que iniciou a fala de Marta Lívia Suplicy, presidente da Liga das Mulheres Eleitoras do Brasil (Libra).
“Não é fácil vencer paradigmas, a gente escuta mulher não é parceira de mulher, mulher não vota em mulher, mas o que estamos fazendo para mudar esta realidade?” desabafa Suplicy. A Libra organiza cursos e capacitações sobre política para disponibilizar informação coesa e com responsabilidade. “Tão importante como a mulher na política e a mulher do político, pois ela é a interface das questões sociais da cidade, é para ela que os problemas chegam” conclui.
Mulheres Seguras
A prefeita de Santana dos Matos (RN), Lardjane Macedo, foi responsável por apresentar o projeto Mulheres Segura (ou Municípios Seguros e Livres de Violência contra as Mulheres) que aconteceu em nove Municípios divididos entre Rio Grande do Norte e Pernambuco. O projeto foi realizado em parceria entre a CNM e a EU com o objetivo de aumentar o empoderamento social, político e econômico das mulheres brasileiras, assim como sua participação e liderança.
“Foi muito emocionante, uma mulher falou que depois do projeto ela tinha mudado de vida, ela tinha gostado mais dela mesmo, ela teve hoje outra visão sobre política pública” conclui a gestora. O trabalho deu certo pois as prefeituras puderam ouvir a sociedade durante os debates. Além disto é importante salientar que outro ponto abordado foi a questão do tamanho dos Municípios. Municípios pequenos devem criar políticas públicas voltadas para o combate à violência contra as mulheres, nos espaços públicos e privados.
Reinserir
Finalmente foi apresentado outro projeto realizado pela CNM com apoio financeiro da Comissão Europeia, o Reinserir (ou Projeto de Integração Local para a Reinserção Social do Usuário de Droga). Ele trabalha sobre a questão das drogas em uma concepção diferente. Em 2010 foi criado na CNM o Observatório do Crack e de outras drogas, com base em questionários para cada gestor foi criado um mapa com a localização da gravidade de problemas de drogas no país.
Nesse novo projeto foi trabalhado a questão da droga como um todo (prevenção e reinserção) em 13 Municípios do interior da Paraíba com sede na prefeitura de Picuí (PB). Com um ano de andamento, já existem os grupos de trabalho em sua grande maioria compostos por mulheres (educação, saúde e assistência social). Este ano está sendo realizada uma outra parte do estudo com o convencimento da participação da iniciativa privada, a ideia é que os empresários comecem a disponibilizar vagas de empregos para as pessoas que saírem das drogas.