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01/12/2015
Aedes aegypti: alerta da CNM sobre falta de Agentes de Combate a Endemia e larvicida eficiente
A situação atual dos Municípios em meio à crise financeira é ainda mais preocupante por causa da redução dos Agentes de Combate a Endemia (ACE) e da falta de envio de larvicidas. Face a situação alarmante de proliferação do mosquito transmissor, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) lembra que, em agosto deste ano, a instituição criticou a redução impositiva do Ministério da Saúde em torno da redução do número de Agente de Combate a Endemias aptos a receber o auxílio financeiro (AFC) do Governo Federal. Pela portaria 1025/ 2015, o Ministério da Saúde estabeleceu um quantitativo máximo de ACE financiados com recursos federais. Essa medida prejudicou a organização da vigilância em saúde nos Municípios.
Em agosto, a CNM contabilizou que 1.938 Municípios têm ACE a mais que o estipulado. A contratação desse pessoal foi estimulado por muitos anos pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de ampliar o Programa Estratégia Saúde da Família. Após a medida adotada pelo governo federal, os Municípios que contrataram estes agentes ficam obrigados a arcar com o custo total deles ou desvincular os agentes do quadro de servidores.
Além disto, diversos Municípios relataram que, por causa da crise federal, foi trocado o larvicida que era considerado mais eficaz no combate à larva do mosquito por outro mais barato e menos potente. Somando a troca ainda existe falta do produto em todo o país, por conta da morosidade do processo licitatório para contratação do novo fornecedor.
Zika
A confirmação da relação entre a presença do vírus Zika e de nascimentos de bebê com microcefalia trouxe uma situação inédita na inédita na pesquisa científica mundial. Foi a primeira vez que foi encontrado vírus Zika em amostras de sangue e tecidos de bebês recém nascidos com microcefalia. As pesquisas sobre o tema devem continuar para esclarecer questões como a transmissão do agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante e outros riscos potenciais. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.
Esta confirmação reforça o apelo para uma mobilização nacional para conter o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, responsável pela disseminação da dengue, zika e chikungunya. O êxito dessa medida exige uma ação nacional, que envolve a União, os Estados, os Municípios e a toda a sociedade brasileira. O momento agora é de unir esforços para intensificar ainda mais as ações e mobilização.
Pelo monitoramento contínuo dos casos de microcefalia, dengue, chikungunya e zika, o foi realizada uma avaliação das áreas de risco. Infelizmente as capitais Macapá, Manaus, Maceió, Natal, Salvador, Vitória, Goiânia, Florianópolis e Porto Alegre não responderam ao levantamento.
Transmissão de outras doenças
O Aedes aegypti é agente transmissor de quatro tipos de dengue, além da Chikungunya, Zika vírus, Febre Amarela. Além de ser a enfermidade mais comum no Brasil transmitida pelo Aedes, a dengue, é também a mais grave entre as três patologias. A Febre chikungunya também pode ser transmitida, pelo Aedes albopictus, mosquito presente na área rural. A chikungunya é menos grave que a dengue, no entanto em cerca de 20% dos casos as dores podem persistir por anos, tornando-se crônica.
Por sua vez, a Zika, é a que apresenta, na maioria das vezes, o quadro mais brando. Porém agora já se sabe de pelo menos uma consequência grave em grávidas, o nascimento de bebês com microcefalia.
Já a febre amarela possui dois vetores transmissores, nas áreas silvestre, transmitida pela picada do mosquito Haemagogus, e a urbana transmitida pela picada do Aedes aegypti. Esta é a única doença que a população pode se proteger através de imunizações. A vacina é altamente eficaz e deve ser tomada a cada 10 anos.
Leia aqui a Nota Técnica 26/2015