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Boas Práticas

13/11/2018

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CNM celebra o Dia Nacional da Cultura com a divulgação de boas práticas municipais

O Dia Nacional da Cultura é celebrado nesta segunda-feira, 5 de novembro. Para comemorar essa importante data, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) divulgará – ao longo de toda semana – boas práticas municipais na área de cultura, em diversas possibilidades de atuação. As iniciativas inspiradoras foram promovidas nas cinco regiões do Brasil, e servem de exemplo aos demais gestores locais. A primeira a ganhar destaque é a iniciativa Mulheres Coralinas do Município goiano de Goiás.

Desde 1970, a data é comemorada no país, que é a 5º maior nação do mundo, em extensão territorial. Ela foi escolhida em homenagem ao jurista, político, escritor e diplomata, Rui Barbosa, que nasceu no dia 5 de novembro de 1849. Barbosa exerceu importante papel de influência na Cultura no Brasil e presidiu a Academia Brasileira de Letras, após a morte de Machado de Assis. Além disso, o Dia da Cultura também enaltece a grande variedade de contribuições étnicas e a riqueza cultural nacional.

“Recrie tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça”. O poema de Cora Coralina ganha destaque junto com a primeira inciativa divulgada: Mulheres Coralinas, do Município de Goiás (GO). Conhecida por seu conjunto arquitetônico e urbanístico, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1978, essa cidade histórica foi também reconhecida como Patrimônio Cultural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 2001.

Mulheres coralinasEntre 2014 e 2016, a gestão municipal promoveu o projeto, que foi um marco na vida de mulheres que vivem nessa comunidade. A iniciativa foi estruturada em módulos; e em atividades teóricas e práticas, independentes e transversais. Ela viabilizou capacitações em gastronomia, artesanato e leitura - permeadas pela cultura local e pela obra e experiência de vida da grande poetisa e contista goiana Cora Coralina. O projeto estimulou o associativismo, o cooperativismo e o empreendedorismo, visando promover a autonomia econômica das mulheres.

No primeiro módulo, foi realizada capacitação para confecção de doces e quitandas, resgatando a culinária tradicional goiana. No segundo, foi a vez das linhas, dos riscos e das agulhas por meio de capacitação na arte do bordado tradicional goiano. No terceiro, pretendeu-se resgatar a memória afetiva da infância com a capacitação para confecção artesanal de bonecas de pano. Nos próximos módulos, as mulheres teceram a palha e moldaram o barro por meio de capacitações para o artesanato com fibras naturais e em cerâmica.

Atividade transversal de leitura de poesias de Cora Coralina ocorreu durante todo o projeto, o que oportunizou às mulheres um mergulho na obra e na vida inspiradora dessa ilustre goiana. Além disso, o projeto também procurou contribuir para a promoção da cidadania: trabalhou a educação patrimonial em conjunto com o patrimônio cultural local; informando sobre a segurança e a saúde no trabalho; e orientando a respeito dos direitos das mulheres, em específico, os previstos na Lei 11.340/2006, conhecida como Maria da Penha.

“Desde o seu surgimento, em 2013, temos exercitado em nossa vida o conceito de sororidade, da irmandade entre as mulheres e da união de forças que transformam a realidade feminina”, afirma uma das coordenadoras, Elenizia da Mata de Jesus, no livro Mulheres Coralinas. Ela lembra que, ao longo da execução, foi assumido o compromisso de buscar a experiência cooperativa e a economia solidária. “O projeto objetivou que suas integrantes tivessem o olhar alargado, isto é, que tivessem a capacidade de enxergar e repensar seu lugar em suas casas, em nossa cidade, seu lugar no mundo, enfim”, explica.

Mulheres coralinas O projeto incentivou o engajamento contínuo das mulheres, e também promoveu viagem técnica em Diamantina (MG) e Alexânia (GO) para conhecer experiências bem-sucedidas de associações e cooperativas e de comercialização de produtos artesanais e gastronômicos. Ao fim da iniciativa, as participantes criaram a Associação As Coralinas, que dispõe de espaço no Mercado Municipal de Goiás para venda coletiva das produções artesanais e para fomento da cultura local, contemplando exposições, lançamentos de livros e rodas de conversas.  

Outras atividades também foram promovidas ao longo do projeto, como: exibição de filmes, encontros para novas trocas de experiência e seminário de encerramento. Executado pela Secretaria Municipal de Cultura e pelo Centro Especializado de Atendimento à Mulher Brasilete Ramos Caiado, o projeto contou com apoio financeiro de emenda parlamentar, operada por meio de programa federal da então Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), a Universidade Estadual de Goiás (UEG) e a Universidade Federal de Goiás (UFG) também foram parceiros dessa iniciativa municipal.

A Área Técnica de Cultura da CNM destaca o projeto Mulheres Coralinas, na medida em que o mesmo trabalhou a transversalidade da Cultura, impactando, positivamente, em outros setores de política públicas do Município: educação, assistência social, saúde e turismo. A iniciativa municipal também merece reconhecimento pela maneira como promoveu desenvolvimento econômico sustentável, articulado com desenvolvimento social, demonstrando um modo como a economia da cultura e a economia solidária podem ser exercitadas complementarmente.

Quer saber mais sobre o projeto Mulheres Coralinas? Assista ao vídeo aqui.

05112018 projeto cora coralina ODSO projeto Mulheres Coralinas fez a sua parte, contribuindo para o alcance dos seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):

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